Justiça

Lula e apoiadores acompanham julgamento em São Bernardo do Campo

Movimentos populares e partidos aguardam decisão no Sindicato dos Metalúrgicos; Lula deve falar após término da sessão

Brasil de Fato | São Bernardo do Campo (SP) |

Ouça o áudio:

Militantes do MTST em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos na manhã desta quarta-feira (4)
Militantes do MTST em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos na manhã desta quarta-feira (4) - Rute Pina / Brasil de Fato

Lideranças de partidos de esquerda e movimentos populares acompanham o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde desta quarta-feira (4), no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). 

Por volta das 12h, Lula chegou à entidade em que iniciou sua trajetória política. O petista deve se pronunciar apenas após o término da sessão do STF. Entre as lideranças políticas que acompanham o ex-presidente, estão Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores, Tião Viana, governador do Acre, e Wellington Dias, governador do Piauí.

Militantes de diversos movimentos populares também estão no local. De acordo com Ubiratã de Souza Dias, o Bira, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), as organizações estão otimistas com relação à decisão do STF. 

"Nós achamos que todo esse processo de condenação do presidente Lula é político; um processo que quer inviabilizar uma candidatura de esquerda, uma candidatura popular no momento que nós vivemos", defende.

Bira afirma ainda que a data do julgamento é histórica para a democracia brasileira. "O período que estamos vivendo é muito sério, é o momento mais duro desde a ditadura [militar de 1964]. Mas, mesmo sem vitória hoje, a luta do povo segue vai continuar", afirma o dirigente.

Anderson Dalecio, coordenador da Ocupação Povo Sem Medo em São Bernardo do Campo, reiterou que os movimentos esperam que a Corte deve acatar o pedido da defesa de Lula. Caso contrário, ele afirma que os movimentos estarão mobilizados: "Caso eles neguem o habeas corpus ao ex-presidente Lula, a única coisa que temos que fazer daqui para frente é lutar e ir para as ruas". 

Militantes do MTST chegaram em caravana para acompanhar julgamento em São Bernardo do Campo / Rute Pina / Brasil de Fato

Apoio

A vigília no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC também atraiu moradores de São Bernardo Campo. As irmãs Eunice França, empregada doméstica, e Ana Pereira Coutinho, costureira industrial, moram há mais de quatro décadas na cidade, onde acompanharam a trajetória política do ex-presidente desde a década de 1970.

Ana Pereira Coutinho (esquerda) e Eunice França acompanham a trajetória de Lula desde as greves na região do ABC / Rute Pina / Brasil de Fato

Elas se emocionaram ao falar do atual momento político do país. "Eu vi esse sindicato sair da terra, vi Lula ser preso na ditadura, vi todas as eleições dele", relata Ana. "Hoje a gente continua na mesma luta de anos atrás. Aos quase 70 anos de idade, eu não esperava por isso", diz a militante sobre a possibilidade de Lula ser preso e não pleitear as eleições presidenciais deste ano.

Edição: Nina Fideles