RUMO AO IV ENA

Campo e cidade se unem no Encontro Estadual de Agroecologia de Pernambuco

Atividade foi preparatória IV Encontro Nacional de Agroecologia que acontecerá em Minas Gerais

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Os participantes do encontro apresentaram a agroecologia a partir de uma perspectiva agregadora
Os participantes do encontro apresentaram a agroecologia a partir de uma perspectiva agregadora - Hugo de Lima

Quilombolas, indígenas, jovens, mulheres, LGBT’s, agricultores e agricultoras do campo e da cidade se reuniram nos dias 16 e 17 de abril, na cidade de Serra Talhada, Sertão do Pajéu do estado de Pernambuco, no Encontro Estadual de Agroecologia, preparatório para o IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA). Participaram do encontro estadual organizações que compõe a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Movimentos da Via Campesina, Movimentos urbanos, estudantes, professores e pesquisadores. O IV ENA acontecerá entre os dias 31 de maio e 03 de junho na cidade Belo Horizonte (MG). 

Geovane Xenofonte, da comissão organizadora do encontro e da ONG Caatinga afirma que entre os objetivos do IV ENA e de seus processos preparatórios estão “refletir como podemos nos organizar, ser mais resistentes e vencer os desafios que a conjuntura nos impõe. Estes eventos são atos políticos que pedem contra o golpe e também por Lula livre”. A construção do Congresso do Povo também foi pauta das discussões, assim como a construção de unidade através de diversas bandeiras que unem o campo e a cidade. Ainda segundo Geovane “agroecologia e democracia são temas que conversam profundamente”.

Graciete Santos, da Casa da Mulher do Nordeste, avalia que o Encontro foi bem representativo do campo agroecológico, “esperamos também do ENA articular uma grande participação de mulheres e da juventude”. Ela aponta que o movimento feminista levará para a discussão coletiva a questão da violência contra as mulheres, que infelizmente, ainda une campo e cidade, “o feminismo também interroga a agroecologia sobre a visibilidade do trabalho e da luta das mulheres”.

Os participantes do encontro apresentaram a agroecologia a partir de uma perspectiva agregadora e o movimento agroecológico inserido com os demais movimentos na luta por democracia, mas também chamando atenção para importância das práticas agroecológicas e como elas podem influenciar diretamente na vida das pessoas, como por exemplo, na produção de alimentos saudáveis.

Campo e cidade

Uma das questões apontadas pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) que podem unir campo e cidade é a comercialização de alimentos agroecológicos, sobretudo nas feiras que possibilitam diálogo e troca de conhecimento entre produtores e consumidores. No Encontro Estadual de Agroecologia também havia um espaço de comercialização.

Sandreildo Santos é de Afogados da Ingazeira, integra o Movimento Camponês Popular (MCP) e comercializa cuscuz agroecológico, produzido sem milho transgênico e de forma agroecológica. “A aceitação está sendo muito boa, estamos comercializando bem nas feiras e recebendo pedidos de todo o estado”, comenta. 

Edição: Catarina de Angola