Urbanismo

BRCidades realiza encontros com militantes da periferia para debater a questão urbana

Atividades são preparação para o I Fórum Nacional BRCidades, que terá o objetivo de criar uma agenda popular urbana

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ciclo de encontros Viver na Cidade: Conflitos, participação e cidadania ativa, na zona leste, em São Paulo (SP)
Ciclo de encontros Viver na Cidade: Conflitos, participação e cidadania ativa, na zona leste, em São Paulo (SP) - Redação

Nesta semana foi concluído, na zona leste de São Paulo (SP), o ciclo de encontros Viver na Cidade: Conflitos, participação e cidadania ativa. Pensado pela organização BRCidades em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Igreja Povo de Deus em Movimento, e o Levante Popular da Juventude, o curso teve o objetivo de promover a discussão da urbanização da cidade com mais de 200 moradores, jovens e militantes comunitários da região. A atividade aconteceu nos dias 17 e 24 de março, e 7 e 14 de abril.

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Os temas abordados pelo curso trouxeram o questionamento de questões urbanas referentes, principalmente, a zona leste paulistana: quais são os agentes na produção do espaço urbano contemporâneo? Como a desigualdade na cidade bloqueia o desenvolvimento de cidadãos? Quais os formatos organizacionais que a sociedade pode tomar para disputar rumos mais coletivos.

As aulas do curso contaram com a presença de importantes arquitetos, urbanistas e pensadores da questão urbana no país, como a professora da Universidade de São Paulo (USP) Ermínia Maricato, o professor da UNIFESP Paulo Arantes, e o também professor da USP João Whitaker.

De acordo com Paolo Colosso, urbanista e integrante do BRCidades, o ciclo de encontros cumpriu um importante papel de construção social e aproximação. “É um experimento que mostra um pouco das frentes do BRCidades, que é aproximar universidades, movimentos sociais e entidades de classe”, afirmou.

Colosso acrescenta ainda que, devido à experiência positiva do curso, há a previsão de sua repetição em outras regiões periféricas de São Paulo, como na Brasilândia, localizada na zona norte da cidade, e no Grajaú, situado na zona sul. Além disso, o projeto propõe um evento complementar na zona leste, um mapeamento coletivo de terrenos ociosos, conflitos e lutas por moradia existentes na região, e atividades culturais, como oficinas de stencil e de batucada. O evento acontecerá no dia 5 de maio.

Na última semana, o BR Cidades organizou também debates e grupos de trabalho com representantes dos principais movimentos por moradia de São Paulo, a Frente de Luta por Moradia (FLM), a União Nacional e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). As atividades do último mês, segundo Colosso, são um momento de prévia para o I Fórum Nacional BRCidades, no qual o movimento pretende avançar na estabilização de uma agenda nacional popular pelo direito à cidade.

Edição: Diego Sartorato