Solidariedade

Vizinha do acampamento Lula Livre transforma quintal de casa em cozinha comunitária

Cerca de 800 pessoas por dia almoçam na casa de Regiane Santos: “Achava que eu era de direita, mas descobri que sou PT”

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Dona Regiane conta que estabeleceu uma relação de confiança e afeto com os acampados em Curitiba
Dona Regiane conta que estabeleceu uma relação de confiança e afeto com os acampados em Curitiba - Joka Madruga

Moradora do bairro Santa Cândida há 53 anos, Regiane do Carmo Santos teve a rotina transformada pelo Acampamento Lula Livre, em Curitiba (PR). Centenas de apoiadores do ex-presidente Lula (PT) estão em vigília a 30 metros da casa dela desde o dia 7 de abril, quando o petista iniciou o cumprimento da pena na sede da Polícia Federal (PF). 

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A desconfiança logo deu lugar à empatia. Ao perceber que os acampados tinham dificuldade de acesso a gás e energia elétrica, Regiane abriu o portão de casa e transformou o quintal em uma cozinha comunitária. 

O contato diário com os movimentos populares em defesa da democracia mudou a visão política da curitibana: “Eu me encontrei como pessoa. Achava que eu era de direita, mas descobri que sou PT até morrer”.

Como qualquer anfitriã, ela gosta de ver “tudo em ordem”, mas não esconde a alegria de ver a casa cheia. “Minha casa é uma festa. É como se fosse um churrasco de fim de semana, com os amigos e a família. São pessoas como eu. Pessoas contra a injustiça, contra a prisão do Lula”.

A cada dia, almoçam em média 800 pessoas na casa de Regiane. Ela conta com a compreensão de Dona Sônia, que vive em uma casa de madeira no terreno dos fundos e também colabora com a dinâmica da cozinha.

Questionada sobre a relação de confiança que estabeleceu com os acampados, a anfitriã curitibana é categórica: “Não fui eu que aceitei eles. Foram eles que me aceitaram”.

Edição: Camila Salmazio