Massacre

PF apreende celulares em nova fase de investigação do caso Pau D’Arco

Ao todo foram apreendidos 20 aparelhos em Belém, Redenção, Rio de janeiro e Goiânia

Belém (PA) |
As investigações da PF sobre o massacre de Pau D'Arco tentam verificar os mandantes do crime
As investigações da PF sobre o massacre de Pau D'Arco tentam verificar os mandantes do crime - Racismo Ambiental / Reprodução

A Polícia Federal (PF) do Pará cumpriu, nesta quinta-feira (03), doze mandados de busca e apreensão, no processo que investiga o caso de Pau D’Arco, como ficou conhecida a chacina de dez trabalhadores rurais, que ocupavam uma área na fazenda Santa Lúcia durante ação policial em maio de 2017.

Os mandados foram cumpridos nos estados do Pará, Rio de Janeiro e Goiás, sendo sete em Redenção e três em Belém, ambas cidades paraenses. Durante a operação foram apreendidos 20 aparelhos celulares, doze deles em Redenção, dois em Belém e três no Rio de Janeiro e em Goiânia.

O delegado da PF, Rômulo Rodovalho, explicou que esta é uma fase de coleta de dados e informações “para apurar a eventual participação de outras pessoas, seja ela ofertando ou recebendo qualquer vantagem indevida relacionado àquela ordem de prisão lá na fazenda Santa Lúcia que resultou na morte dos 10 acampados”. Mas, antecipou que a investigação corre sob sigilo.

Relembre o caso

Em 24 de maio de 2017, um grupo de policias se dirigiu até a fazenda Santa Lúcia, situada em Pau D'Arco (PA) para cumprir 14 mandados de prisão temporária e preventiva. A ação resultou na morte de dez trabalhadores sem-terra.

Na versão dos policiais houve confronto, mas o laudo do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves apontou que não foram encontrados vestígios de impactos de balas nos coletes dos policiais.

Durante coletiva de imprensa sobre o resultado do laudo balístico feito nas armas utilizadas durante a operação policial, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Jeannot Jansen, admitiu que houve execução dos trabalhadores rurais, reforçando a versão dos 15 sobreviventes da chacina.

A justiça decretou a prisão preventiva de 15 policias, 13 militares e dois civis. Dois policiais civis, Raimundo Nonato e Valdivino Miranda, envolvidos na operação, seguem soltos por terem colaborado com a justiça e foram colocados no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas do Pará (Provita).

Na primeira semana de abril de 2018 foi realizada audiência de instrução e julgamento no Fórum de Redenção, onde foram ouvidos os sobreviventes, testemunhas de acusação e 17 policiais.


 

Edição: Cecília Figueiredo