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Políticos visitam feira do MST em apoio à reforma agrária popular

Presidenciáveis Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB) passaram pelo Parque da Água Branca

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Manuela D'ávila, candidata à Presidência, visitou a feira da reforma agrária com sua filha
Manuela D'ávila, candidata à Presidência, visitou a feira da reforma agrária com sua filha - Pablo Vergara

A manhã deste sábado (5), na III Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, foi marcada pela presença de políticos, que prestaram apoio à produção dos assentamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, afirmou que os sem-terra são grandes aliados da luta por moradia, principalmente no momento de grandes retrocessos que vive o Brasil.

“Essa feira é uma demonstração de que quem bota a comida na mesa do povo brasileiro não é o agronegócio, como eles querem dizer, quem bota comida na mesa do povo brasileiro é a agricultura familiar, são os assentamentos da reforma agrária, são as cooperativas, que não se rendem à lógica do agronegócio, que não se vendem à lógica do mercado. E o MST representa isso. Para o MTST, é um grande aliado, em especial nesse momento de criminalização dos movimentos sociais. Estamos juntos na resistência democrática. Além de tudo, essa feira é um curso de formação política”, disse Boulos aos visitantes no espaço Ivone Lara.

Boulos também ressaltou a falta de uma política pública eficaz causou um êxodo rural no Brasil que aumenta o déficit habitacional nas grandes cidades. “A ausência de reforma agrária no Brasil foi o que gerou o inchaço na cidade. Fez com que milhões de famílias brasileiras saíssem do campo porque não tinham terras para vir para as periferias urbanas muitas vezes em situação precária. A reforma agrária é uma dívida do Estado brasileiro com seu povo”, disse o candidato.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL) também destacou o papel importante da agricultura familiar para o Brasil e a garantia de produtos sem agrotóxico.

“A feira é a demonstração mais cabal de que é a agricultura familiar e o pequeno agricultor que colocam comida na mesa do trabalhador. E comida de boa qualidade. Aqueles que acham que agricultura é só exportação de soja, milho e carne, o grande agronegócio, está enganado. O povo precisa é dessa agricultura que é tocado pelo MST. Aqui falamos de não envenenar o povo brasileiro e garantir uma alimentação que educa o povo brasileiro”, afirmou o deputado.

Manuela D’Ávila, presidenciável do PCdoB, contou, durante entrevista à Rádio Brasil de Fato, que conheceu o MST ainda criança. Seu pai, professor universitário, levava Manuela para conhecer assentamentos. E destacou a importância do movimento organizar a Ciranda, espaço onde as crianças passam o dia enquanto as mulheres trabalham.

A candidata também destacou a variedade da feira da reforma agrária.

“A feira do MST é a prova de como a produção agrícola brasileira pode ser diversa. Para isso, precisamos da reforma agrária. Talvez seja a mais genial ideia para mostrarmos ao povo brasileiro o quanto o povo produz, seja do ponto de vista das ideias, com as editoras expondo seus livros, seja do ponto de vista da organização, respeitando o protagonismo das mulheres, com a ciranda para as crianças para que as mulheres possam trabalhar com dignidade, seja a partir da mostra do que podemos comer no nosso país, se nós respeitarmos a diversidade”, disse Manuela.

Quem também passou pela feira de manhã foi o vereador Eduardo Suplicy (PT). Ele aproveitou para comprar produtos orgânicos que o ajudem a melhorar da gripe.

“É tão boa essa iniciativa que se iniciou na gestão Fernando Haddad (PT), que demos todo o apoio para que o MST organizasse a todo ano a feira da reforma agrária no Parque da Água Branca, esse parque tão bonito e tradicional da cidade, que combina muito com o propósito de exibir cerca de 1.000 produtos de quase todos os estados brasileiros”, afirmou Suplicy.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) destacou a alegria da feira, apesar do momento crítico pelo que passa o país.

“A cada ano a feira se reinventa, tem mais alegria e cor, apesar do Brasil de hoje. Um Brasil triste, que ainda tem desafios a cumprir, inclusive a reforma agrária; um Brasil em que a violência está muito forte contra o povo, em que nossos direitos estão ameaçados, mas nesse ambiente tão turvo, difícil, o MST consegue criar esperança, alegria, sonho. A feira reforça a luta pela reforma agrária e por um Brasil decente”, disse o deputado.

Edição: Diego Sartorato