Coluna

As fake news e o perigo para nossa saúde

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No auge de incidência dos casos de Zika, eram dezenas as falsas notícias sobre modos de prevenção, transmissão e até tratamento
No auge de incidência dos casos de Zika, eram dezenas as falsas notícias sobre modos de prevenção, transmissão e até tratamento - Pixabay
Propagação de mentiras leva à construção de correntes de desinformação

Parte importante da população mundial se comunica por meio das redes sociais. Para se ter uma ideia, números atualizados apontam que 65 bilhões de mensagens são trocadas diariamente através do aplicativo do Whatsapp. Tais canais de comunicação possibilitam um maior potencial de divulgação de notícias e debates de ideias, mas possibilitam também um fenômeno negativo cada vez mais percebido: a propagação de notícias falsas, as chamadas Fake News.

Esta propagação de mentiras por meio das redes sociais termina, por fim, levando muitas vezes à construção de correntes de desinformação que atrapalham mais do que ajudam. Isto vale para informações de todos os tipos, desde fofocas até informações científicas. E dentro deste problema, muito me preocupam as notícias falsas sobre saúde e doença que vejo compartilhadas quase que diariamente.

Há pouco tempo, no auge de incidência dos casos de Zika, eram dezenas as falsas notícias sobre modos de prevenção, transmissão e até tratamento. Hoje, a onda do momento são as mentiras sobre a gripe. Desde informações sobre supostos novos e incuráveis tipos de vírus, até casos de morte causados pela própria vacina. Em geral, textos ou áudios que tentam se passar por verdadeiros, mas que terminam por colocar em risco a saúde e o cuidado de toda uma população.

Seja sobre assuntos relacionados à saúde ou sobre política, temos de ter muito cuidado com as informações que repassamos. Seguindo o raciocínio de que “na dúvida, é melhor repassar”, termina-se por contribuir com a proliferação de mentiras que podem comprometer muita gente, inclusive trazendo riscos imediatos, como os boatos sobre doenças e epidemias, que ora incentivam tratamentos equivocados, ora estimulam alarmismo desnecessário na população.

Qualquer que seja o assunto se faz muito importante atentar para a veracidade das informações antes de compartilhar. Mesmo em ambientes de confiança entre as pessoas. Pesquisa recente da USP atentou para o fato de que parte importante dos boatos são compartilhados em grupos da família.

É tarefa de cada um e cada uma de nós prezarmos por informações de qualidade. Ler e divulgar fontes confiáveis são o primeiro passo. Fortalecer meios de comunicação populares é um outro caminho. A comunicação é uma arma poderosa. Saibamos utilizá-la da melhor forma, para não colocarmos em risco, literalmente, a saúde e o bem-estar da população brasileira.

Edição: Monyse Ravena