COBRANÇA

Audiência pública discute implantação de APAC em Betim (MG)

Moradores do bairro Bandeirinhas questionam ausência de diálogo entre poder público e comunidade

Betim |
Defensoria Pública irá intermediar diálogo entre poder público e comunidade
Defensoria Pública irá intermediar diálogo entre poder público e comunidade - Camilo Mendes

Em 9 de maio aconteceu no bairro Bandeirinhas audiência pública da Câmara Municipal de Betim para discutir a implantação de uma unidade da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC). A audiência foi requerida pela associação comunitária e participaram vereadores de Betim, representantes do poder executivo, lideranças comunitárias e moradores da região.

Claudio Dias, morador do bairro Bandeirinhas há 28 anos, discorda da forma como estão querendo implantar a unidade no bairro. Para ele, é uma situação de falta de respeito, pois não houve reunião com os moradores anterior à audiência pública para discutir o assunto, ao contrário do que o governo municipal afirma. Ele reconhece que o projeto tem vantagens, mas não concorda com a forma que está sendo colocado.

O presidente da Associação Comunitária do Bandeirinhas, Gutemberg Miranda, conta que eles foram surpreendidos há cerca de 20 dias por homens limpando a área e dizendo que uma APAC se instalaria no bairro. Marisa Lins, moradora do Bandeirinhas, dá apoio à implantação da APAC em Betim, mas tem medo que o alto índice de violência, assalto e tráfico no bairro seja inadequado para receber a unidade.

Outro lado

Os argumentos são refutados pela presidenta da APAC Betim, que já existe juridicamente desde 2009. Marilene Gomes Durans defende que a APAC reduz o índice de reincidência no crime, ao contrário do sistema convencional, e que isso é desconhecido pela população. “Não se pode comparar uma realidade que não ressocializa com outra que é uma alternativa. A APAC funciona tão bem que já tem APACs espalhadas por outros países”, afirma. “Quiséramos nós estarmos aqui discutindo escola. Presídio não é minha bandeira. O que é minha bandeira é transformar o que é desumano em humanidade”, declarou a presidenta.

Como resultado da audiência, membros da Defensoria Pública devem intermediar um diálogo entre comunidade, poder executivo, legislativo e membros da diretoria da APAC, com o objetivo de um acordo.

Edição: Joana Tavares