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Organização

Mineração predatória é tema de debate no Pará

Primeiro encontro nacional do Movimento pela Soberania Popular em Mineração ocorre entre 18 e 21 de maio

18.maio.2018 às 06h16
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h43
São Paulo (SP)
Guilherme Henrique
Pichação deixada por moradores nos escombros de suas residências em Mariana (MG)

Pichação deixada por moradores nos escombros de suas residências em Mariana (MG) - Foto: Flávio Ribeiro/Portal VERTICES

O Movimento pela Soberania Popular em Mineração (MAM) realiza, de sexta-feira (18) a domingo (21), em Parauapebas (PA), seu primeiro encontro nacional, com o objetivo de reunir trabalhadores e famílias afetadas pela mineração predatória praticada no país e discutir alternativas a um modelo que exporta toda a riqueza retirada do subsolo para fora do Brasil.

O MAM é um movimento presente em nove estados brasileiros, e que trabalha em sintonia com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e outras organizações populares do Brasil rural para prestar esclarecimentos e apoio às pessoas atingidas por uma indústria extremamente agressivo ao meio ambiente e também à saúde dos trabalhadores e moradores no entorno dos empreendimentos.

Além de tragédias de grande escala, como o rompimento da barragem da mineradora Samarco, em 2015, a mineração no Brasil, em sua maior parte sob o controle de investidores estrangeiros, também pratica regimes de trabalho análogos à escravidão, deforma comunidades próximas à exploração do minério com uma urbanização parcial e insustentável, e remete todos os lucros de suas atividades para o estrangeiro.

Karina Martins, integrante do MAM, conversou com o Brasil de Fato para explicar as questões postas pelo MAM em sua atuação diária, e que serão debatidas com ativistas de todo o país durante o encontro do movimento.

"O Brasil tem uma construção histórica de exploração mineral que obedece, infelizmente, o mesmo mecanismo do Brasil colônia. A gente avançou no tempo, mas não na metodologia e no lugar do trabalhador nessa lógica. Então enquanto aquela mineradora está atuando naquele território, a cidade de grande porte que se aproxima desse empreendimento vive um certo desenvolvimento, cria-se a demanda com o fluxo de novos trabalhadores, mas o minério é finito. Quando acaba a exploração e a lucratividade, a cidade é abandonada e há um desmonte dessa cidade artificial. A população não participa dos grandes investimentos. As mazelas estão lá: desemprego, falta de saneamento, de escolarização, de hospitais, então há um abandono da cidade real. O que funciona são as demandas da mineradora, não da população", explica.

Confira a íntegra da entrevista:

Brasil de Fato – Conte mais para a gente sobre o encontro que vai acontecer no encontro do MAM em em Parauapebas.

Karina Martins – Primeiramente, a gente agradece este espaço para que a gente possa pautar a questão da mineração para a população do Brasil. O encontro do MAM a gente está organizando há bastante tempo, de projeção sobre o debate de mineração no Brasil, ou seja, tem esse caráter nacional, mas acontece na região de Parauapebas, onde se concentra o grande projeto mineral do país do Grande Carajás, que começa a ser implantado na década de 1970, no período da ditadura, e que tem o objetivo de produzir minério de ferro para exportação, com esse caráter espoliativo.

O encontro é uma grande festividade, de uma conquista da classe trabalhadora, de conseguir se organizar nacionalmente, então estamos aí com um conjunto de militantes de todo o território nacional, e lá estarão 800 militantes reunidos nesse período para discutir a pauta da mineração e a viabilidade de um projeto popular para a mineração, que de fato a população seja pertencente a esse projeto, que seja um projeto de soberania popular, para que possamos diminuir ou até mesmo frear a invasão do capital internacional no nosso território.

A lógica que temos visto é contrária a essa da soberania, né? O povo está quase sempre escamoteado nessa discussão, e inclusive na distribuição dos lucros da mineração.

O Brasil tem uma construção histórica cíclica de lógica de exploração mineral que obedece, infelizmente, o mesmo mecanismo do Brasil colônia. Há muitos e muitos anos atrás havia uma lógica de exploração de minérios de alta riqueza, como ouro e diamante, que vem nessa lógica de construção de um capital internacional no período colonial, ou seja, não era um investimento em desenvolvimento nacional, e sim para o desenvolvimento internacional, e esse novo ciclo do minério de ferro, cumprindo a mesma sina, ainda são os mesmos capitais internacionais que vêm e espoliam nosso território.

Mesmo falando de um momento histórico muito mais avançado, o mecanismo ainda é o antigo: o capital chega a um território socialmente inviabilizado, mas que tem uma grande riqueza no subsolo, fazer a lógica da exploração, fazendo um repasse de zero para o estado local e levando toda a lucratividade para o capital internacional, ficando aí as mazelas de exploração para a população. A gente avançou no tempo, mas não na metodologia e no lugar do trabalhador nessa lógica, com uso de trabalho análogo à escravidão, com turnos de trabalho que impedem a sociabilidade dos trabalhadores, então é um método arcaico. É como se a gente ainda criasse cidades fictícias para alimentar a lógica do capital.

Então enquanto aquela mineradora está atuando naquele território a cidade de grande porte que se aproxima desse empreendimento vive um certo desenvolvimento, cria-se a demanda com o fluxo de novos trabalhadores, mas o minério é finito. Então quando acaba a exploração e a lucratividade, a cidade é abandonada e há um desmonte dessa cidade artificial. A população não participa dos grandes investimentos. São territórios com PIBs muito grandes, grande lucratividade, muita concentração de riqueza, numericamente, em números absolutos, mas isso não se repassa à população.

Então mesmo uma empresa, como a Vale que levanta uma lucratividade de R$ 5,2 bi, mesmo com uma queda de 36% de sua lucratividade em comparação com o ano passado, é um número gigantesco se pensássemos em como investir esse capital no território, mas não é isso que acontece, as mazelas estão lá: desemprego, falta de saneamento, de escolarização, de hospitais, então há um abandono da cidade real. O que funciona são as demandas da mineradora, não da população.

Como fazer essa conscientização de que o trabalhador, embora empregado, está sendo prejudicado pela lógica de negócios da mineradora?

A tomada de consciência da classe trabalhadora é morosa, né? De fato, quando a gente fala da viabilidade econômica das famílias, é difícil os trabalhadores repararem que o processo é ilusório e passageiro, e as mineradoras entendem muito bem isso, porque elas trabalham no campo simbólico, oferecem um projeto maravilhoso no qual a solução dos problemas vai se dar pelo mercado. Mas isso é antes da implantação do projeto. Quando o projeto começa a ser implantado, a população local percebe, porque ela rapidamente deixa de participar. Ela enxerga que era só conversa, um mecanismo de convencimento para autorizar o empreendimento da sua localidade.

Até porque os melhores postos de trabalho não são ofertados pra população local. Quando a mineradora começa a operar, vem trabalhadores de fora, e os locais ficam com o trabalho pesado, vinculado com a construção civil. Então aí ela rapidamente consegue perceber a que projeto a mineração está vinculada, que não é da classe trabalhadora, é do capital internacional.

Então, ela parece difícil de ser feita inicialmente, mas quando o trabalhador é impactado ele começa seu processo de organização. O que vemos nos territórios é a população se organizando para a resistência e por uma nova forma de produção, mais justa e mais igualitária.

Para nós é um grande prazer receber todos e todas que estiverem na região, mesmo todos os que nunca tomaram essa pauta como prioridade de debate, portanto sintam-se convidados e convidadas para participar desse debate. Nós temos como grande objetivo no nosso encontro organizar nossa luta e nossa resistência por um país soberano e sério, contra o saque dos nossos minérios.

Editado por: Diego Sartorato
Tags: entrevistamammineraçãoradioagência
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