Direitos Humanos

MPF do Amapá cobra explicações sobre desaparecidos na Guerrilha do Araguaia

O movimento foi de resistência ao regime militar, resultou na morte e no desaparecimento de dezenas de pessoas

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Desaparecimento de vítimas durante a Guerrilha do Araguaia ainda continua sem solução
Desaparecimento de vítimas durante a Guerrilha do Araguaia ainda continua sem solução - Agência Pública

O Ministério Público Federal (MPF) no Amapá pediu informações ao governo estadual sobre a Guerrilha do Araguaia. Desde 2017, a Comissão Estadual da Verdade recomendou que o governo se empenhasse na busca por desaparecidos políticos. Um estudo da comissão apontou como possível paradeiro das vítimas a vila de Clevelândia do Norte, no Oiapoque, a 600 quilômetros da capital Macapá.

A Guerrilha do Araguaia foi um movimento de resistência ao regime militar no final da década de 60 e na primeira metade da década de 70. Cerca de 10 mil militares atuaram em campanhas e operações de inteligência para desarticular a iniciativa. As perseguições aos militantes teriam resultado na morte e no desaparecimento de dezenas pessoas, entre elas guerrilheiros, camponeses da região e militares. A maioria em circunstâncias ainda não devidamente esclarecidas.

Além da localização de desaparecidos, o Ministério Público Federal quer informações oficiais sobre o cumprimento de outras recomendações do relatório da Comissão da Verdade. Uma delas propõe a formação em direitos humanos dos agentes do Sistema de Segurança Pública e ações para o resgate da memória sobre o período militar.

Está pendente também a formalização de um pedido de desculpas oficial às vítimas de violações aos direitos humanos praticadas pelo governo do extinto Território Federal do Amapá.

O governo do estado tem até esta segunda-feira (21) para dar respostas ao Ministério Público Federal.

* Com informações da Agência Brasil.

Edição: Radio Agência Nacional