Paralisação

‘Seguiremos em greve’, afirma Associação dos Caminhoneiros em nota

Abcam, que reúne 600 mil trabalhadores, recusou proposta do governo e pede isenção de PIS/Cofins para diesel

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Paralisação, que já dura cinco dias, levou a desabastecimento de comida e combustíveis por todo o país
Paralisação, que já dura cinco dias, levou a desabastecimento de comida e combustíveis por todo o país - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou nota no início da tarde desta sexta-feira (25) em que repudia o acordo feito um dia antes por representantes do governo e lideranças de entidades representativas do transporte rodoviário.

No encontro, o governo propôs, entre outras medidas, a redução a zero da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o óleo diesel, a redução de 10% no valor do combustível nas refinarias e o congelamento dos preços por 30 dias.  

Um dos principais pontos de reivindicação da categoria, a isenção da alíquota de PIS/Cofins sobre o diesel não foi aceita pelo Executivo. Por conta disso, a Abcam informou que os trabalhadores seguirão mobilizados em protesto contra a política de preços do combustível, cujo preço tem 42% de impostos.   

“Ao contrário de outras entidades que se dizem representantes da categoria, a Abcam não trairá os caminhoneiros. Continuaremos firmes com pedido inicial”, disse a entidade em nota.  

A Associação representa cerca de 600 mil caminhoneiros filiados em todo o país e tenta negociação com o governo sobre o tema desde outubro de 2017.

No documento divulgado nesta sexta, o presidente, José da Fonseca Lopes, também fez um apelo aos motoristas para que sigam em greve.  

“Para aqueles que não acreditavam na força do movimento, os últimos cinco dias de paralisações demonstram a força da categoria”, disse o dirigente.

Greve

Esta sexta-feira (25) marca o quinto dia de greve dos caminhoneiros. Em todo o país, o movimento dos trabalhadores segue com impactos em diversas frentes nos 26 estados e no Distrito Federal.

A interrupção de rodovias e a impossibilidade de entrega de produtos ao mercado de bens de consumo continuam ocasionando crise de desabastecimento nos diferentes lugares.   

Pelas ruas, os motoristas enfrentam longas filas em postos de gasolina e os ônibus operam com frota reduzida. O município de São Paulo decretou estado de emergência. 

A falta de combustível também provoca impacto nos aeroportos. Em Recife e Brasília, já houve esgotamento do produto. Por conta disso, na manhã desta sexta (25), nove voos foram cancelados no Distrito Federal.

A greve tem repercussão ainda em outras frentes. Sem o fluxo de caminhões de carga, os supermercados acumulam problemas de abastecimento. Em Rondônia, 16 termelétricas estão racionando energia e aulas foram cancelas em diversas instituições do país.

Ainda na tarde desta sexta, Michel Temer (MDB) fez um pronunciamento nacional em que afirmou que utilizará as Forças Armadas para dispersar as manifestações de caminhoneiros.

Edição: Diego Sartorato