Minas Gerais

Conjuntura

Artigo | Não é a greve que leva ao caos, é o caos que leva a greve

"O ímpeto revolucionário cresce em meio à exploração e à vida, aliado à consciência ao amadurecimento das lutas sociais"

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
"São lições diárias. Os trabalhadores aprendem com toda greve"
"São lições diárias. Os trabalhadores aprendem com toda greve" - Marcelo Pinto/APlateia

Rosa Luxemburgo passou sua vida comprometida em descrever a relação da classe trabalhadora, dos movimentos de esquerda e a luta contra o capitalismo. Não é por acaso que a militante nunca perdeu de vista a democracia e a liberdade como um princípio fundamental de suas obras.
Não devemos subestimar o povo. O ímpeto revolucionário cresce em meio à exploração e à vida, aliado à consciência e ao amadurecimento das lutas sociais.
No Brasil, em junho de 2013, o povo foi às ruas lutar para ampliar uma série de direitos como transporte, moradia entre outros serviços essenciais aos mais pobres. Um momento rico de aprendizado. A disputa daquela narrativa não foi apenas por parte da direita através da mídia golpista e suas panelas. Vamos refletir! Neste momento (re)nasceu autônomas organizações que também em 2016 e 2017 continuaram na denúncia ao Golpe imposto no país. 
Não será diferente em 2018. A greve começou dos interesses dos patrões. Mas a cada dia os próprios grevistas e os movimentos populares procuram disputar as massas e a organização geral da classe trabalhadora.
Nas ruas! Caminhoneiros recebem solidariedade da população local e de movimentos importantes como o MST. Se somam professoras, metroviários, petroleiros e metalúrgicos, que por meio de seus sindicatos entram em greve. Pode ser um ensaio para a greve geral. 
Não devemos TEMER.
A liberdade, os direitos sociais e as conquistas são feitas pela luta popular e nada se constrói da concessão. A própria categoria sindical nas estradas vai compreendendo que ou as pautas políticas se alinham pela demanda popular ou não terão legitimidade e apoio em todo país. Várias cidades estão neste momento chamando atos de solidariedade de classe.
São lições diárias. Os trabalhadores aprendem com toda greve. Em continuidade com os ensinamentos de Rosa Luxemburgo, a luta é o que muda, o resto, apenas ilude, pois o capital é incorrigível! 
 Por uma sociedade onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres. 
*Leonardo Koury é assistente social, professor e militante da Frente Brasil Popular.

Edição: Joana Tavares