Resistência

“Único crime de Lula foi fazer a inclusão social dos pobres”, diz Irmã Cleide

Roda de conversa sobre desigualdades sociais no campo e na cidade na Vigília Lula Livre denuncia a perseguição do poder

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
"Não devo me poupar enquanto tiver desafios para enfrentar", encoraja a ativista e advogada Irmã Cleide Fontes
"Não devo me poupar enquanto tiver desafios para enfrentar", encoraja a ativista e advogada Irmã Cleide Fontes - Joka Madruga/Agência PT

Em defesa da democracia, desde o dia 7 de abril, diversos ativistas, religiosos e intelectuais já passaram pela Vigília Lula Livre, localizada nas proximidades da superintendência da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida, em Curitiba (PR). 

Na tarde desta terça-feira (19), Irmã Cleide Fontes, ativista religiosa e advogada especializada na questão agrária, compartilhou histórias e lutas dos seus 36 anos à frente da Ouvidoria Agrária Regional (CE), ressaltando o seu compromisso em apoiar os menos favorecidos. 

Durante a fala, resgatou as conquistas do governo Lula e Dilma para a população da região nordeste do país, da qual foi testemunha. “A diferença de vida dessas pessoas foi gritante. Famílias conquistaram suas casas, alimento e dignidade. Dignidade de ser gente”. Atuando também como professora, recordou os ensinamentos para a população rural daquela região, onde o cabo da enxada era o giz e a lousa era a terra batida. 

No debate chamado "Desigualdades sociais no campo e na cidade", citou a dificuldade encontrada pela população rural para ter acesso aos serviços de saúde e educação, sem deixar de avaliar a renda que, segundo pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), é cerca de três vezes menor se comparado ao trabalhador da região urbana. 

Para ela, compartilhar sua experiência e expor informações e desvantagens sobre esses dois grupos é uma forma de incentivar a luta por causas que envolvem o bem coletivo. “Nós viemos ao mundo para construir a paz em todas as dimensões, sem concentração de riqueza, mas sim por uma vida partilhada, as pessoas precisam saber que, quando produzimos em excesso, faltará esse recurso na mesa de uma pessoa carente”. 

Durante sua passagem por Curitiba, a Irmã evidenciou ainda o posicionamento do líder da Igreja Católica, Papa Francisco para que o povo saia das suas casas para ocupar as ruas, em apoio aos irmãos. “Não se admite hoje uma vida consagrada dentro de quatro paredes, principalmente no país em que estamos vivendo, onde a miséria está voltando. A gente deve ter o necessário para ser feliz e não para produzir a desigualdade”. 

 Vigília 

Alguns moradores do entorno da Vigília receberam a visita da Irmã, que por iniciativa própria teve por objetivo ouvir suas demandas sobre o espaço de resistência em favor do ex-presidente e pela redemocratização. E através dessa interação buscar a aceitação da vizinhança de um movimento que é legítimo, independente de posicionamento político. "À medida que eu levanto a bandeira da intolerância apenas por ter um posicionamento diferente, eu construo um mundo de violência", afirma. 

Notadamente, reforça a advogada, "o único crime de Lula foi fazer a inclusão social dos pobres, colocá-los no orçamento do Estado e inserir os filhos da pobreza na faculdade" Cleide defende que esse trabalho de visitar os moradores da região precisa continuar. 

Rosinha

As falas da Irmã Cleide Fontes na tarde de ontem vêm de encontro com as palavras de apoio do presidente do PT-PR, Dr. Rosinha sobre a perseguição judicial enfrentada pela presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora Gleisi Hoffman durante os quatro anos de processo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Um processo pautado por delações e sem provas". Gleisi foi absolvida na noite de ontem. 

Durante a programação do dia, Dr. Rosinha participou do "Boa tarde companheiro Lula" falando sobre a desmoralização que o judiciário brasileiro vive, exclusivamente por compactuar com um Golpe de Estado onde não houve crime; permitir que um juiz gravasse e liberasse para a imprensa o áudio da presidenta Dilma com o ex-presidente Lula, bem como acatar denúncias contra a senadora Gleisi Hoffman sem provas. "A justiça valida a voz de um delator que está em busca de uma premiação, ou seja, atua apenas em seu favorecimento".

 

Edição: Juca Guimarães