Paraná

CONJUNTURA POLÍTICA

Emir Sader: governo Temer está em fim de feira

Sader afirma que governo “não fala nem em retomada do crescimento, nem em diminuição do desemprego”

Curitiba (PR) |
Sader referiu-se à Vigília como um esforço épico da militância
Sader referiu-se à Vigília como um esforço épico da militância - Ricardo Stuckert

O sociólogo e cientista político Emir Sader esteve na Vigília Lula Livre, no dia 29 (sexta), espaço que se concentra há atuais 86 dias em torno da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Para ele, este é um momento épico da História do Brasil, principalmente pela militância. “É emocionante ver aqui jovens, idosos, gente de distintos movimentos sociais ao lado do Lula, batalhando pela saída dele, então eu acho que é um momento especial, particular, que nós vamos lembrar com muito carinho”, diz.

Sobre a conjuntura e possíveis saídas da crise, Sader coloca que vê esta gestão como um governo de fim de feira, pois “não se fala nem em retomada do crescimento, nem em diminuição de desemprego. Agora é só tentar ter um candidato viável para enfrentar o Lula”. 

O sociólogo aponta que, diante da possibilidade de Lula não conseguir se candidatar, o indicado pelo ex-presidente deve ganhar o pleito, mas enxerga que este indicado deverá ter um compromisso: “Quem triunfar terá o dever de convocar novas eleições para que Lula possa ser presidente novamente”. Ainda assim, Sader insiste que até lá a militância precisa batalhar para que o próprio Lula seja candidato.

Judiciário injusto

Ao falar sobre o processo do ex-presidente, Emir Sader declara que o próprio juiz Sérgio Moro reconhece a fragilidade do processo quando entende que, se Lula não tem ligação com a Petrobras, não deveria estar na Lava-Jato. “O próprio Gilmar [Mendes] quando propõe, direta ou indiretamente, que Lula renunciasse a ser candidato para ser livre, demonstra que o Lula está preso justamente por que ele é candidato e é favorito para triunfar”.

Para ele, o atual golpe de Estado no país se sustenta em três pilares: um Congresso eleito via financiamento privado, o monopólio privado das redes de comunicação, e o judiciário, que é conivente ativa ou passivamente. “A combinação desses três elementos quer tirar do povo a decisão a respeito do futuro do Brasil”, diz. E completa: “A nossa alternativa é a vitória no processo eleitoral”.

A tarefa mais importante da militância agora é, para o sociólogo, convencer a massa brasileira a respeito da injustiça sofrida por Lula e, nesse contexto a mídia alternativa é fundamental e o instrumento mais importante dos militantes no momento crítico em que a sociedade brasileira se encontra.

Edição: Pedro Carrano