Rio de Janeiro

MOBILIZAÇÃO

Manifestantes vão às ruas em apoio ao ex-presidente Lula, no Rio

Ato teve início após desembargador do TRF-4 decidir pela soltura do ex-presidente

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Manifestantes foram à Cinelândia apoiar liberdade de ex-presidente
Manifestantes foram à Cinelândia apoiar liberdade de ex-presidente - Eduardo Miranda

A Cinelândia, no centro do Rio, foi palco de uma vigília pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), determinar a soltura do petista no início da tarde deste domingo (8).

Apesar da decisão, o juiz de 1ª instância Sergio Moro desobedeceu ordem superior e, mesmo de férias em Portugal, emitiu despacho na tentativa de revogar a ordem do TRF-4. Na sequência, Favreto, que é o plantonista do tribunal, reforçou a ordem de soltura, mas a Polícia Federal atrasou o processo para não cumprir a ordem.

No ato da Cinelândia, que reuniu centenas de pessoas, parlamentares do PT, do PCdoB e do Psol acusaram mais uma vez um golpe no âmbito da Justiça para manter a prisão política de Lula. O senador Lindbergh Farias (PT) classificou a série de mandos e desmandos deste domingo como uma “chicana”, ou seja, um abuso do judiciário.

“O que aconteceu hoje é uma chicana jurídica. Moro cometeu um crime, ele não pode tomar uma decisão em cima de uma decisão de um desembargador de 2ª instância. É a completa desmoralização do poder judiciário”, disse o senador, que também criticou o despacho do relator da Lava Jato no TRF-4, João Pedro Gebran Neto.

“O Gebran também não poderia tomar uma decisão em cima do que foi decidido pelo juiz plantonista”, afirmou Lindbergh, ressaltando que, no recesso do Judiciário, cabe ao juiz de plantão julgar os pedidos de habeas corpus que chegam ao tribunal.

Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) lembrou que seu partido tem candidato à presidência da República, mas isso não a impede de acusar a prisão política de Lula e reivindicar o direito de que o pré-candidato petista possa disputar as eleições de outubro.

“Ficou claro que estamos sob um golpe de Estado. As pessoas, às vezes, têm dúvidas disso. E mesmo quem está na esquerda muitas vezes não usa a palavra golpe, mas temos que falar. O uso político da Justiça neste domingo deixou isso mais claro. Mesmo com a liberdade nas mãos, Lula ficou sob um ilegal sequestro dentro do cárcere da Polícia Federal, em Curitiba”, denunciou Jandira.

Enquanto Sergio Moro e a Polícia Federal ganhavam tempo ao longo do dia, desobedecendo a Constituição e a ordem de um juiz de instância superior, no início da noite o presidente do TRF-4, Thompson Flores, fez nova intervenção e passou por cima da decisão de Favreto, determinando que Lula continue preso.

Edição: Mariana Pitasse