Lula Livre

Blogueiro Eduardo Guimarães denuncia “ditadura do judiciário” 

Guimarães teve dois celulares e um computador apreendidos pela PF em 2007

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Comunicador foi acusado de passar informações sigilosas, mas nada foi provado contra ele
Comunicador foi acusado de passar informações sigilosas, mas nada foi provado contra ele - Joka Madruga

Na manhã desta terça (10), o blogueiro Eduardo Guimarães dirigiu-se à superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida,  em Curitiba, para recuperar dois celulares e um computador. O pedido para reaver seus bens pessoais partiu da própria Polícia Federal.

Guimarães teve seus equipamentos confiscados ainda em março de 2017 pela Polícia Federal a mando do juiz Sérgio Moro, no contexto da Operação Lava Jato. A alegação para a apreensão de seu equipamento foi que, ao publicar informações sobre a Operação Lava Jato, principalmente do caso da condução coercitiva de Lula, em março de 2016, o blogueiro teria veiculado informações sigilosas e tentado obstruir a justiça.

Essas informações foram veiculadas em seu blog ainda antes do golpe contra a presidenta Dilma, em 2016.

Ditadura do Judiciário 

Inocentado das acusações, Eduardo conta que se sentiu desprotegido diante da atual ditadura do judiciário que, segundo ele, vivenciamos hoje no Brasil.

“O que fica desse episódio é o nível de abuso, porque os sujeitos vão à sua casa às 6h da manhã sem maiores elementos, sem nada, confiscam suas propriedades, demoram um ano e meio para devolver, devolvem a 600 quilômetros da sua casa. Hoje o cidadão é refém do Estado. Me prenderam sem qualquer elemento, e você sente que não tem garantia nenhuma. Pela lei eles só podem fazer isso se tiverem um mandado de prisão ou se você se recusar a comparecer voluntariamente. O que der na telha deles, eles fazem. Hoje o Brasil está assim”, disse o blogueiro. 

Condução coercitiva 

O blogueiro Eduardo Guimarães foi conduzido coercitivamente para inquérito policial e apreensão de seus equipamentos, que juntos somam a quantia de R$ 10 mil. Segundo ele, o abuso é evidente na forma como foi realizada a ação. “[Fui] preso e processado, nessa ordem, e não processado e preso, como seria num estado de direito”, esclarece Guimarães. Depois do ocorrido, o STF proibiu que isso se repetisse em outros casos.

“O cidadão não pode ser uma formiguinha sem voz diante do Estado, como é hoje. O Estado não pode fazer o que quiser com qualquer um, na hora que quiser, do jeito que quiser, sem qualquer motivação forte”, reclama.

Guimarães completa com um alerta: “Hoje você tem uma parte expressiva da sociedade, inclusive a grande mídia, que não entende que esse tipo de coisa ameaça a qualquer um. Basta você discordar de uma ditadura para que ela se vire contra você”.

 Até o fechamento dessa reportagem, o blogueiro ainda não havia recebido de volta os materiais. 

Edição: Juca Guimarães