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Início Direitos Direitos Humanos

Feminismo Negro

“Nós queremos viver com dignidade nesse país”, diz ativista negra.

Professora e ativista ,Vânia Fonseca fala sobre racismo, políticas públicas e lutas das mulheres negras.

19.jul.2018 às 06h41
João Pessoa (PB)
Paula Adissi
Para Vânia Fonseca a luta protagonizada pelas mulheres negras é de todo o povo brasileiro.

Para Vânia Fonseca a luta protagonizada pelas mulheres negras é de todo o povo brasileiro. - Christian Woa

No mês de Julho, marcado pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, o Brasil de Fato entrevistou Ivonildes da Silva, mais conhecida como Vânia, integrante de Ong de mulheres negras, Bamidelê, em João Pessoa, é também militante do feminismo negro e professora doutora em Sociologia da Universidade Estadual da Paraíba. Confira.

1. BDF – Em 1992, a partir do Encontro de Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas na República Dominicana, instituiu-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Qual a importância da data?

Vânia – É uma data que representa um momento de visibilizar as condições de vida das mulheres negras, que são condições de precariedade, que a gente chama hoje de vulnerabilidade social, historicamente conhecida e sentida por nós, mulheres negras. Então, uma data é sempre importante para relembrar um evento e esta data, dia 25 de julho, é uma data em que as mulheres negras se mostram para a sociedade como protagonistas, como vozes que falam por direitos.

2. BDF – Hoje se trata o racismo no Brasil como sendo estrutural. Como essa realidade impacta a vida das mulheres negras?

Vânia – Quando a gente fala que, no Brasil, o racismo é estrutural, nós estamos dizendo que esta sociedade brasileira se estruturou dentro de uma linha em que se estabeleceu que as elites tinham direitos e que os grupos considerados inferiores, considerados descendentes de pessoas escravizadas, não deveriam ter direitos. Isso vai prejudicar a vida das mulheres porque este Brasil se estruturou dessa forma e poucas ações o Estado Brasileiro promoveu para modificar, transformar, para dar o direito às pessoas negras, especialmente às mulheres negras. O racismo está presente em todos os momentos, em todas as relações sociais, em todos os contatos que nós fazemos. Ele está instalado na mentalidade social do Brasil e ele também se verifica nas práticas cotidianas. Na verdade, racismo é isso, é uma proposta da sociedade de segregar as pessoas negras. É uma proposta de dizer que há pessoas, que há grupos humanos que são inferiores e grupos humanos que são superiores. O racismo se manifesta por causa do seu cabelo, por causa da sua anatomia, por causa da sua melanina na cor da pele. O racismo é uma doença que uma parte da sociedade brasileira ainda não se propôs a combater.

Vânia Fonseca, professora e ativista negra. / Assessoria comunicação UEPB.

3. BDF – Quais as principais lutas do feminismo negro nessa conjuntura de retrocessos políticos e de retirada de direitos?

Vânia – A gente luta contra o racismo, também contra o machismo, contra a misoginia, pelas oportunidades iguais e pelo bem viver. Nós tínhamos pautas que diziam respeito à vida da gente concreta, de comer, de andar livremente pelas ruas, de ter escolaridade, de ter emprego, e hoje a gente ainda está incorporando a pauta da democracia no Brasil, que está ameaçada, e quando a gente tem essa democracia ameaçada, o quadro das mulheres negras fica agravado. Nós queremos dignidade, cidadania e, na prática, nós queremos ações concretas que alterem a vida das mulheres negras. Alterando a vida das mulheres negras, a gente altera a vida das outras pessoas. Os problemas que afetam a população negra no Brasil, que afetam as mulheres negras no Brasil, são problemas que dizem respeito a toda a sociedade brasileira.

4. BDF – Como você avalia as políticas afirmativas do último período?

Vânia – No Brasil, as elites brasileiras levaram 388 anos educando as pessoas a tratarem as pessoas negras com inferioridade, com desdém, com desprezo, e esses 388 anos foi o tempo que durou a escravidão no Brasil. Após a escravidão, esse Brasil não elaborou, não proporcionou ações que viessem a alterar o quadro social no qual estava vivendo essa população negra. As propostas que nós temos de alteração da vida da população negra e das mulheres negras ocorreram tardiamente, já no século XXI, com as propostas de um governo popular, e que hoje vêm sendo retiradas.
As mulheres negras têm necessidade de políticas públicas específicas, porque são os filhos das mulheres negras que estão sendo assassinados, é a própria mulher negra que está sendo assassinada mais do que as outras mulheres. O IPEA em 2018 está de novo mostrando isso. São essas mulheres negras que têm menos anos de escolaridade, são elas que têm que chefiar a família porque cuidam dos filhos sem marido. São essas mulheres negras que têm doenças, que são prevalentes nesse segmento populacional.
É importante que a gente se una e que a sociedade não nos veja apenas como mulheres que sofrem essas mazelas históricas, mas que nos vejam também como protagonistas. Isso é importante para quebrar o racismo, para que vejam as mulheres negras como mulheres que pensam, que têm poder cognitivo, que têm as inteligências todas. O que nós não temos são oportunidades sociais. Nós devemos ter as oportunidades sociais porque esse país é nosso país, e a gente não pode aceitar toda essa desigualdade histórica acentuada em cima da gente. Nós queremos viver com dignidade nesse país, que também é nosso.

Editado por: Heloisa De Sousa
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