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O Mapinguari é anticapitalista?

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O Mapinguari é descrito como uma preguiça gigante, mas que não é lerda. Anda no chão, com seus mais de três metros de altura.
O Mapinguari é descrito como uma preguiça gigante, mas que não é lerda. Anda no chão, com seus mais de três metros de altura. - Arte: Carlos Alves, artista plástico do Santarém (PA)
Muitos moradores de toda a Floresta Amazônica o temem bastante

Se você é daqueles que gostam exageradamente de dinheiro, que fazem de tudo para enriquecer e aumentar sua fortuna... tome cuidado se for entrar na Floresta Amazônica.

Lá existe um ser que não gosta desse tipo de gente, odeia especialmente quem trabalha em dias santos e domingos. E seu ódio não é coisa à toa. Ele come a cabeça de pessoas gananciosas. 

Duvida? Pergunte a seringueiros, índios, castanheiros e ribeirinhos do Acre e de outras partes cobertas por essa floresta se eles têm medo do Mapinguari. 

Muitos moradores de toda a Floresta Amazônica, do Acre até o Pará, temem bastante esse ser mitológico. Com razão. 

O Mapinguari é descrito como uma preguiça gigante, mas que não é lerda como a preguiça, e anda no chão, com seus mais de três metros de altura. Outros dizem que ele parece um macaco grandão, que anda de pé e tem pés de burro, virados para trás. 

Não adianta dar tiro nele, que as balas não lhe causam nenhum problema, a não ser que seja um tiro certeiro, no umbigo, único lugar vulnerável em sua pele cheia de pelos. Tem uma boca enorme, vertical, na barriga. Segundo Câmara Cascudo, seu nome significa “coisa do pé torto”.

Ele costuma atacar no final da tarde. Se encontra um caçador, por exemplo, numa tarde de domingo. 

De longe se escuta seus berros curtos, seguidos, assustadores, medonhos, mas é difícil fugir dele. Corre atrás, agarra o sujeito, põe debaixo do braço, enfia a cabeça da vítima no bocarrão da barriga, joga o corpo fora e sai mastigando a cabeça como se fosse chiclete.

Pelo menos parece que há uma forma de se proteger dele: há seringueiros e caçadores que dizem ter conseguido se livrar do monstro subindo em árvores bem altas e se escondendo entre as folhas.

Fora isso, tem essa história de que suas vítimas preferidas são as pessoas gananciosas, que querem ganhar muito dinheiro, trabalhando inclusive nos dias que não deve, como os domingos. 

Então, tá aí a sugestão (que deveria valer pra todo mundo, não só os que vivem na floresta amazônica): nada de ganância. 

Dia de se divertir, divirta-se. 

Edição: Daniela Stefano