Coluna

Dúvidas não esclarecidas sobre um crime hediondo no Rio

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O Ministro Raul Jungmann disse há dois meses que o crime estava prestes a ser desvendado, mas até agora nada foi divulgado
O Ministro Raul Jungmann disse há dois meses que o crime estava prestes a ser desvendado, mas até agora nada foi divulgado - Fala! Universidades
O que teria a dizer a prefeitura do Rio de Janeiro?

Ao mesmo tempo em que se anuncia a prisão de dois suspeitos pelo assassinato da vereadora, passados mais de quatro meses da brutal ocorrência, ao que tudo indica parece ter caído no esquecimento um fato grave, qual seja, o do não funcionamento dos aparelhos que captam as imagens no trecho em que ocorreu o crime e que, sem dúvida, poderia ajudar a desvendar o caso.

Cabe então uma pergunta: quem é o responsável pelo funcionamento das câmeras e qual o motivo delas estarem desligadas exatamente no momento do crime? São perguntas que deixaram de ser feitas e que poderiam, claro, facilitar as autoridades a apontar os responsáveis.

Aliás, não se perguntou também ao Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o fato dele ter dito em alto e bom som que o crime estava prestes a ser desvendado. Já se passaram mais de dois meses da declaração e não só ninguém cobrou de Jungmann a afirmação, o que torna o crime ainda mais enigmático. Pelo que disse Jungmann e não foi cobrado porque até  agora o assassinato continua misterioso, começa a vingar a tese, segundo a qual, as investigações dos  assassinatos seguirão se arrastando sem que se conheçam os verdadeiros responsáveis.

A prisão de dois elementos suspeitos, um policial militar reformado e um ex-bombeiro, ambos com uma vida pregressa mais do que suspeita, vinculadas às milícias, podem não encerrar as dúvidas que pairam sobre o caso, se a questão da responsabilidade do desligamento das câmeras que mostrariam as imagens do local do crime não for devidamente esclarecida.

No exterior, entidades cobram das autoridades brasileiras  o esclarecimento do caso, que, sem dúvida, é um fator que compromete a imagem do país. É preciso também não deixar de perguntar a Raul Jungmann  o motivo pelo qual a sua declaração caiu no vazio e na verdade criou grande mal estar, já que o crime não foi esclarecido.

Uma pergunta que também não pode deixar de ser feita é sobre quanto tempo mais o crime não será esclarecido e, se for, é preciso apontar os detalhes para que não pairem dúvidas. É preciso também esclarecer quem foram os mandantes, até porque se isso não for apontado, na verdade ficará uma lacuna que até aumentará a dúvidas.

Tais cobranças são necessárias. Muitos fatos já foram esquecidos, sendo o mais grave a responsabilidade sobre o não funcionamento das câmeras no local do crime. O que teria a dizer a prefeitura do Rio de Janeiro?

Edição: Jaqueline Deister