Ato político

Militantes em greve de fome recebem apoio de parlamentares

Protesto está no segundo dia e pede liberdade para Lula, além de denunciar retorno do Brasil ao Mapa da Fome

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Parlamentares durante visita ao grupo de grevistas nesta quarta (1o), em frente ao STF, em Brasília
Parlamentares durante visita ao grupo de grevistas nesta quarta (1o), em frente ao STF, em Brasília - Gustavo Bezerra/PT na Câmara

Os seis militantes que estão em greve de fome para exigir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberam, nesta quarta-feira (1º), a visita e o apoio dos deputados federais Luizianne Lins (PT-CE), Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP).

Os parlamentares visitaram o grupo numa tenda montada no final da tarde em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrigar os militantes e receber apoiadores. Na ocasião, eles destacaram a coragem dos trabalhadores e a importância do protesto.

“É uma atitude heroica essa que eles resolveram tomar. A gente considera fundamental ter esse laço com essas pessoas que estão arriscando sua própria vida pro bem de todos nós”, afirmou a deputada cearense.

Pimenta, atual líder da bancada do PT na Câmara, ressaltou a simbologia da greve, acrescentando que ela projeta ainda mais o caráter político da prisão de Lula não só dentro do país, mas também diante do cenário internacional.

“Esperamos que, com esse gesto [deles], a gente consiga provocar a consciência, a reflexão, e que as pessoas tenham claro que existem brasileiras e brasileiros dispostos a dar a própria vida em defesa da democracia e do Estado democrático de direito”, completou.

Já o deputado Paulo Teixeira reforçou a pressão sobre a presidente do STF, Cármen Lúcia, para que o Supremo julgue a Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) nº 54, que trata da garantia da presunção de inocência após condenação em segunda instância. De autoria do PCdoB, a petição foi protocolada no dia 26 de junho.

“O presidente Lula está sendo vítima de uma prisão arbitrária, injusta e persecutória por parte de segmentos do Poder Judiciário, e ela não pode ser omissa”, defendeu Teixeira.

Mais cedo, o grupo recebeu também a visita do líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Sociedade

O apoio popular também foi um dos destaques do ato realizado pelos grevistas nesta quarta. Os grevistas receberam a visita de um grupo de instrumentistas que agitou a mobilização em torno do STF e ainda de outros trabalhadores.

A professora aposentada Inês Bettoni esteve presente para prestar solidariedade aos militantes. Ela conta que se sentiu estimulada a demonstrar apoio porque se considera representada pelo grupo e defende uma maior mobilização popular em torno do protesto.

“É pra que se faça justiça. Tenho convicção de que Lula não é criminoso. Ele é inocente”, afirma.

Grevistas

A grevista Rafaela Alves, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), disse que a demonstração de apoio incentiva o grupo a seguir em frente.

“A gente não come alimento, mas conta com a energia, a mística, a esperança, conta com essa presença de outros companheiros e companheiras, então, acaba sendo um alimento pra nossa resistência”, enfatizou.

Os seis militantes iniciaram o protesto nessa terça (31), quando protocolaram no Supremo o manifesto intitulado “Greve de fome por justiça no STF”. Além de pedir a soltura do ex-presidente, eles denunciam o retorno do Brasil ao Mapa da Fome, do qual o país havia saído em 2014.

Edição: Diego Sartorato