Eleições 2018

MST lança Marcha Nacional por Lula Livre em São Paulo

Milhares de militantes caminharão com rumo a Brasília para acompanhar o registro da candidatura de Lula

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ato de lançamento da Marcha ocorreu no Armazém do Campo, loja do movimento no centro de São Paulo
Ato de lançamento da Marcha ocorreu no Armazém do Campo, loja do movimento no centro de São Paulo - Foto: MST

Militantes vão marchar até Brasília para o registro coletivo da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Marcha Nacional Lula Livre é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) com apoio das entidades que compõem a Frente Brasil Popular. 

A manifestação itinerante foi anunciada nesta sexta-feira (3) em um evento no Armazém do Campo, loja agroecológica do MST no centro de São Paulo (SP).

Os sem-terra vão caminhar 50 quilômetros em cinco dias. Eles saem de três cidades — Formosa (GO), Luziânia (GO) e Engenho das Lages (DF) — no dia 10 de agosto em direção à capital federal. Lá, no dia 15 de agosto, último dia para o registro das candidaturas que vão disputar as eleições presidenciais em 2018, os camponeses se reúnem com outras organizações e partidos de esquerda em um ato em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Durante o ato de abertura da marcha, o integrante da coordenação nacional do MST Márcio Santos explicou que os militantes vão passar pelas principais rodovias de acesso à Brasília.

"Neste momento, a nossa marcha tem um caráter bastante definido que é pela democracia, contra a prisão arbitrária do ex-presidente Lula e pelo direito de ele ser candidato para disputar as eleições", afirmou o dirigente.

Este tipo de mobilização, dentro do MST, não é novo. O movimento marchou em 1997, 1999 e 2005. 

"Já fizemos várias marchas na história do MST contra as privatizações do governo FHC; pela reforma agrária, denunciando o massacre de Eldorado de Carajás; e já fizemos marchas também no governo Lula, reivindicando reforma agrária e mais direitos para os trabalhadores do campo brasileiro", pontuou Santos.

O militante do movimento negro Douglas Belchior, candidato a deputado federal pelo PSOL, demonstrou apoio à marcha e ressaltou a importância dos protestos em torno da liberdade do ex-presidente. 

"É um crime a manutenção da prisão do Lula. É um crime de classe. É a burguesia nacional se articulando para impedir Lula de disputar a eleição e botar freio nesse projeto de destruição do estado nacional e dos direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro", disse.

O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que a marcha será mais uma das ações que pretende esclarecer que Lula é, sem alternativas, o candidato do PT à Presidência da República. 

"É a vontade do povo brasileiro. Não dá para o povo brasileiro aguentar os retrocessos que vêm sendo implementados com o governo Temer, depois do golpe [de 2016]. São vários retrocessos do ponto de vista das conquistas dos direitos do povo brasileiro ao longo dos últimos 30 e 40 anos, como é exemplo a reforma trabalhista", afirmou o petista.

Tatto também lembrou e se solidarizou com a greve de fome de seis militantes. Eles protestam pela liberdade de Lula desde o dia 31 de julho.

Já a médica sanitarista Telma Neri, do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, pontuou a marcha como importante estratégia de denúncia da sociedade civil e dos movimentos organizados. 

"Estamos aqui hoje para lembrar e chamar a todos  para a Marcha Lula Livre. A saúde pública está desmontada. Brasil é campeão em uso de agrotóxicos. Somente o retorno de uma política de saúde pública efetiva vai conseguir barrar isso. Para tanto, precisamos estar juntos", disse.

Cada uma das três marchas que vão caminhar em direção à Brasília por cinco dias deve reunir, segundo o MST, cerca de 2 mil pessoas.

Edição: Diego Sartorato