Solidariedade

Movimentos populares reafirmam compromisso com a paz na Venezuela

Membros do Comitê pela Paz na Venezuela fizeram uma visita ao consulado do país na capital paulista

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Representantes de movimentos populares fizeram uma visita de solidariedade ao cônsul da Venezuela em São Paulo
Representantes de movimentos populares fizeram uma visita de solidariedade ao cônsul da Venezuela em São Paulo - Foto: Pedro Biava

Integrantes de movimentos populares do Brasil estiveram no consulado da Venezuela em São Paulo na manhã desta quarta-feira (8), e entregaram às autoridades diplomáticas um manifesto no qual repudiam o atentado contra o presidente Nicolás Maduro, no último sábado (4), enquanto o mandatário realizava um discurso na capital, Caracas. 

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O grupo, liderado pelo dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stedile e pelo ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, foi recebido pelo cônsul venezuelano Robert Torrealba. 

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“Nós, da Venezuela, sempre recebemos com muita alegria, muita simpatia, essas manifestações de solidariedade, principalmente as que vêm dessas forças progressistas, porque representam para nós uma clara lembrança de que as forças que lutam por condições de igualdade nos nossos povos continuam vivas. Mesmo que estejam enfrentando dificuldades, adversidades, as forças que representam a solidariedade dos povos continua mais viva que nunca. Então para nós na Venezuela, isso é uma demonstração de que sempre que permanecermos unidos como povo, poderemos enfrentar todos os desafios que temos”, agradeceu o diplomático. 

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Stedile destacou o papel dos meios de comunicação brasileiros, que têm colocado em dúvida a veracidade do atentado contra o presidente Nicolás Maduro. 

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“Nós viemos aqui para que inclusive a militância brasileira se dê conta da gravidade do fato. Porque a imprensa burguesa desdenha, relativiza, assim como relativizou o atentado que a caravana do Lula sofreu no Paraná. E a imprensa brasileira depois ficou desdenhando, levantando hipóteses de que não tinha acontecido. E é o mesmo que está acontecendo agora com o presidente Maduro. Li as primeiras repercussões da imprensa brasileira debochando, quando houve de fato um complô, em que dois jornalistas de televisão em Miami já iam ler um manifesto achando que teriam assassinado o presidente”.

Já o ex-chanceler Celso Amorim criticou a diplomacia internacional, em especial os Estados Unidos e o Brasil, por estimular o isolamento e a consequente violência no país sul-americano. 

“Quando o presidente dos Estados Unidos diz que não exclui a opção militar, sempre há um grupo extremado que acredita nisso e vai adiante, e acha que vai ter apoio. Não sei se teria ou não, mas de qualquer forma é grave. E a mesma coisa no que diz respeito ao Brasil. Embora o Brasil diga que é contra a violência, contra a opção militar, mas o fato de trabalhar pelo isolamento, isso só contribui para que essas forças radicais se manifestem”. 

O atentado contro o presidente Nicolás Maduro gerou forte repercussão internacional. Os governos da Rússia, Espanha, Bolívia, Turquia, Equador e Cuba emitiram nota condenando o ataque e em apoio ao governo bolivariano.

Edição: Diego Sartorato