Pernambuco

MOBILIZAÇÃO

Editorial | A ousadia do povo na rua

A Marcha Nacional Lula Livre vai de 10 a 15 de agosto, no Centro Oeste do País

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Só a luta e o diálogo com o povo podem criar a capacidade de virar o jogo e enfrentar as forças do golpe
Só a luta e o diálogo com o povo podem criar a capacidade de virar o jogo e enfrentar as forças do golpe - PH Reinaux/Brasil de Fato Pernambuco

Diante de tamanha injustiça e do cenário político nacional golpeado por reformas impopulares e perda de direitos, foi que diversos movimentos populares e organizações políticas pensaram em agendas unitárias de mobilização para denunciar o golpe, a fome, e afirmar a necessidade de Lula livre para retomarmos a democracia no país.
Aqui em Pernambuco, foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras organizações da Frente Brasil Popular a Marcha “Lula Livre, Lula Inocente” que saiu da cidade de Caruaru e percorreu cinco municípios chegando em Recife no dia 20 de julho num grande ato de demonstração de força da classe trabalhadora que ousou marchar 138 quilômetros embaixo de sol e chuva, conversando com o povo, dizendo que Lula é inocente e que somente com a mobilização popular sua liberdade será concreta.
Recentemente, fomos surpreendidos com a triste notícia de que o Brasil deve retornar ao Mapa da Fome da ONU, em 2014 saímos dele. Menos de quatro anos depois, o golpe que retirou Dilma Rousseff da presidência impôs uma agenda que afetou diretamente a população mais pobre. Cortes em programas sociais excluíram do Programa Bolsa Família 1,1 milhão de famílias e fez crescer a fome e a miséria. Tudo isso deixa evidente o quanto o golpe tem relação direta com a piora de vida do povo.
No intuito de denunciar o aumento da fome – atualmente 12 milhões de pessoas passam fome no país - e lutar pela liberdade de Lula, foi que a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em conjunto com outras organizações, construiu a Caravana Semiárido Contra a Fome que foi de Pernambuco à Brasília, 4.300 quilômetros, dialogando sobre a situação de fome que atinge o país. Enquanto isso, sete lutadoras e lutadores do povo entraram em greve de fome para pressionar o Supremo Tribunal Federal em relação à prisão política de Lula, o ato extremo demonstra coragem e ousadia e que nosso povo está disposto a ir na luta pela democracia.
Culminando no mês de agosto dos ventos, duas agendas nacionais vão mobilizar o campo e a cidade em fileiras e nas avenidas no intuito pedagógico de dialogar com a classe trabalhadora e lutar contra a retirada de direitos e pela retomada da democracia como elemento principal. A Marcha Nacional Lula Livre inicia neste 10 de agosto e termina no dia 15 de agosto num grande ato em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília. Ainda neste dia 10, as centrais sindicais realizam ato unitário chamado de Dia do Basta, quando o desemprego, a miséria, a crise e o aumento do gás de cozinha serão denunciados e colocados na conta do golpe.
As agendas de luta e mobilização são várias e nos garantem alguns respiros de motivação para permanecer acreditando que só a luta e o diálogo com o povo podem criar a capacidade de virar o jogo e enfrentar as forças desse golpe que insistem cotidianamente em nos negar o direito a viver dignamente. Portanto, a luta pela liberdade de Lula é central nesse momento histórico. Não é possível haver democracia com Lula preso.

Edição: Monyse Ravenna