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Luyanne da Silva: "Lula garantiu que muitos jovens entrassem na universidade"

Estudante vive no assentamento Campo Alegre, em Nova Iguaçu (RJ), e participa da marcha pela liberdade do ex-presidente

Brasil de Fato | Luziânia (GO) |
“Quero ser advogada para poder defender os movimentos populares. Vejo que tem muita injustiça no Brasil”
“Quero ser advogada para poder defender os movimentos populares. Vejo que tem muita injustiça no Brasil” - Foto: David Robins/MST

Aos 19 anos, a estudante Luyanne Figueira da Silva viu de perto as mudanças no Brasil após o golpe de 2016.

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“Aumentou o desemprego. O meu pai perdeu o emprego e quase a minha mãe perdeu o dela também”, disse.

A estudante, que vive no assentamento Campo Alegre, em Nova Iguaçu (RJ), faz um curso de agroecologia em um universidade rural e sonha em se formar em direito. “Quero ser advogada para poder defender os movimentos populares. Vejo que tem muita injustiça no Brasil”, revelou.

O avô de Luyanne é de João Pessoa, na Paraíba, e migrou para o Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor. Lá ele constituiu família e Luyanne nasceu no assentamento, que se destaca pela produção de aipim e quiabo, gerando renda para o sustento de 300 famílias. 

Além da produção coletiva de alimentos, o assentamento também incentiva a formação política dos camponeses. “Eu sou uma pessoa de esquerda. As políticas públicas do governo Lula e também da Dilma garantiram que muitos jovens mais velhos que eu pudessem entrar na universidade”, relembrou. 

Perto de completar 20 anos, a estudante está feliz em poder marchar até Brasília para defender o direito de Lula ser candidato novamente.

Marcha

Cerca de 5 mil camponeses de todas as regiões do Brasil participarão da Marcha Nacional Lula Livre, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina (articulação mundial de movimentos camponeses). A mobilização ocorrerá entre os dias 10 e 15 de agosto. O ponto final da caminhada será a cidade de Brasília. Além de lutar contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Curitiba há mais de 100 dias, os trabalhadores marcham para chamar a atenção da população para as graves crises econômica e política pelas quais o Brasil passa.

Ao todo, serão cerca de 50 quilômetros de caminhada, durante quatro dias. Os marchantes estarão divididos em três colunas: um grupo partirá da cidade de Formosa (GO), outros manifestantes sairão de Luziânia (GO) e um terceiro grupo de manifestantes seguirá a partir da cidade de Engenho das Lages (DF). Os marchantes chegarão, ao mesmo tempo, na capital federal. Cada coluna contará com cerca de 1.500 sem-terra. Estarão presentes integrantes do MST de todos os estados em que o movimento está organizado (23 ao todo). 

No dia 10 de agosto acontecerá a concentração dos marchantes nos três pontos de partida e o ato de lançamento da mobilização que se junta ao Dia do Basta (Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações das Centrais Sindicais). A caminhada começa, efetivamente, no dia 11 de agosto e as três colunas deverão chegar a Brasília no dia 14 de agosto.

No dia 15 de agosto ocorre, na capital brasileira, uma grande manifestação em apoio a Lula. Esse será o último dia para o registro das candidaturas e o dia no qual a inscrição do ex-presidente será protocolada para concorrer no pleito de outubro.

Ao longo do percurso, em cada cidade em que a marcha parar haverá uma programação com rodas de conversa, formações, teatro e intervenções de agitação e propaganda. A ideia é promover uma interação entre os trabalhadores que participam do ato e as populações locais, ampliando o debate sobre a democracia e os problemas pelos quais o país enfrenta.

Acompanhe a cobertura especial do Brasil de Fato.

Edição: Thalles Gomes