Golpe

ARTIGO | O medo da Democracia

Para professor, a não participação de Lula ou Haddad no debate da Band foi patético, mas cumpriu com o script do golpe.

João Pessoa (PB) |
O Historiador, Jonas Duarte, professor e pesquisador da UFPB analisa o último debate para presidente.
O Historiador, Jonas Duarte, professor e pesquisador da UFPB analisa o último debate para presidente. - Reprodução

A Rede Bandeirantes de Televisão cumpriu um papel patético quando realizou um debate para presidente sem a presença do presidenciável Lula. Patético.
Mas cumpriu bem o script do golpe. O debate foi articulado, direcionado para fazer palanque para o candidato Tucano, o insosso Geraldo Alckmin. Terminou servindo para um cabo e um capitão de tendências fascistas.
Com exceção de falas corajosas do candidato Guilherme Boulos e algumas explicações técnicas, consistentes de Ciro Gomes, o resto foi a expressão máxima do nível político precário em que chegou o Brasil do golpe.
Resumindo o teatro circense antidemocrático da noite:
Seis candidaturas absolutamente comprometidas com o truculento desmonte do Estado Brasileiro levado a cabo pelo governo golpista de Michel Temer. Assim divididos: 

  • Dois golpistas, candidatos a Czares Russos, militares fundamentalistas, que se dizem cumprir missões divinas nessa eleição, apostando captar votos no eleitorado mais despolitizado e desinformado, com discursos do século XIX.
  • Dois golpistas, coringas do neoliberalismo tacanho. Cínicos, representantes máximo da corja privilegiada deste país. O representante tucano e o banqueiro, responsáveis diretos, sem intermediários, pela situação do Brasil dos anos 90 e de hoje. 
  • Uma golpista, de origem popular, engolida, digerida e vomitada para defender os interesses elitistas.  
  •  Um golpista moralista, defendendo a barbárie jurídica em curso. Sem noção do ridículo oportunismo pegando carona na Lava Jato, sem observar os abusos e privilégios do judiciário.  

Não sei as justificativas apresentadas pela Band para o representante do PT, seja Lula ou Fernando Haddad, não estar no debate. Seja qual for é impossível convencer.
Ficou muito clara a razão: MEDO DA DEMOCRACIA
A mim, o debate deixou uma evidencia. Eleições sem Lula no Brasil hoje é uma enorme fraude. É uma mentira.
Calar diante dessa realidade é acovardar-se perante a História. As futuras gerações nos cobrarão.
As elites brasileiras apenas comprovam seu pavor da Democracia. Sempre foi assim. Ditadura, militar ou judicial como vivemos hoje são atalhos seguros para manterem seus privilégios. 

Edição: Paula Adissi