Marchantes

Eliene dos Santos: "Me apaixonei pela luta, cresci nesse movimento"

Marchante diz lutar por uma reforma agrária que também beneficie a população da cidade

Brasil de Fato | Valparaíso de Goiás |
Eliene dos Santos já perdeu a conta de quantas caminhadas já fez erguendo a bandeira do MST.
Eliene dos Santos já perdeu a conta de quantas caminhadas já fez erguendo a bandeira do MST. - Lu Sudré

Ela conheceu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aos 12 anos de idade. Em 1996, seu pai, que atualmente mora no Assentamento 16 de abril, perto de Nova Venécia no Espírito Santo (ES), a levou para uma grande ocupação que lhe rendeu boas memórias. 

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Hoje, com 34 anos, Eliene dos Santos faz parte do Acampamento Nova Ondina, também no município de Nova Venécia. Integrante na Marcha Nacional Lula Livre, a acampada compõe a Coluna Prestes, representada pelos estados do sul e do sudeste do país, que marcham em direção ao Distrito Federal para acompanhar o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva. 

Nesta sábado (11), Eliene foi uma das 2000 pessoas que marcharam por 22 km de Luziânia até Valparaíso de Goiás. Neste domingo (12), ela também está marchando em direção a Santa Maria. A marcha histórica é mais um capítulo de sua relação com o MST, já que iniciou quando a então pequena Eliene ocupou a Fazenda Itaúnas com mais de 700 famílias. 

"Me apaixonei pela luta, cresci nesse movimento", detalha a militante. "Era um mundo que eu não conhecia. Quando eu vi aquilo falei: 'nossa, que juventude animada! Desse acampamento surgiram vários assentamentos", relembra.  

Eliene não esconde o orgulho por fazer parte dessa luta. "Está no sangue, está na família. Nós realmente conseguimos fazer transformação social. Não é só sobre a terra. A terra é o primeiro passo", continua, defendendo um projeto de reforma agrária popular não só para a Via Campesina e para o campesinato, mas que inclua também os trabalhadores urbanos.

A marchante, que morou quase dois anos na Bahia participando de assentamentos, já perdeu a conta de quantas caminhadas já fez erguendo a bandeira do MST.  Ela define o movimento como algo empolgante, que lhe trouxe muito conhecimento e lhe mostrou uma realidade social até então desconhecida. 

"Meus filhos nasceram e foram criados no movimento. Tão na luta por ai a fora", conta. A luta realmente é da família. 

Sobre a Marcha Lula Livre e a Coluna Prestes, Eliene diz estar animada mas está ainda mais ansiosa pelo que virá.  "Tá bonito. Mas vai ficar ainda mais quando encontrarmos o povão todo". 

As três colunas que compõe a Marcha Lula Livre se encontrarão em Brasília no próximo dia 15 de agosto.

Edição: Daniela Stefano