Pernambuco

GREVE POR JUSTIÇA

Audiência com STF e visitas de familiares marcam segunda semana de greve de fome

O grupo reafirmou que o fim da greve não está condicionado ao registro da candidatura de Lula, que acontecerá no dia 15

Brasil de Fato | Petrolina (PE) |
No domingo, os grevistas receberam visitas de familiares na comemoração de dia dos pais
No domingo, os grevistas receberam visitas de familiares na comemoração de dia dos pais - MPA Brasil

A Greve de Fome por Justiça no STF completa duas semanas amanhã (14). Ainda no dia 6, Jaime Amorim, Vilmar Pacífico e Zonália Santos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rafaela Alves e o frei Sergio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP) receberam mais um grevista. Leonardo Soares, militante do Levante Popular da Juventude, se somou à greve de fome: “Estamos nos somando na greve de fome para que o povo brasileiro não passe fome, para que possamos voltar a sentir o gosto de um Brasil mais justo e soberano. Vamos continuar na resistência contra os setores golpistas do judiciário e para soltar a maior liderança popular do Brasil, que é Lula”.
No dia 7 de agosto, o grupo conseguiu protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) onze pedidos de audiência, para dialogar com cada um dos ministros. Ao chegar no tribunal, os grevistas foram impedidos, mas após muita negociação, a entrada no prédio para protocolar os pedidos foi permitida. No dia 9, a primeira audiência aconteceu com o ministro Ricardo Lewandowski no intervalo da sessão plenária do Supremo, sem acesso liberado para a imprensa. O tema da conversa foi o pedido de agilidade para Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44, que tratam da prisão em segunda instância. As ADCs podem permitir a soltura do preso político Luiz Inácio Lula da Silva. Após a audiência, o grevista Jaime Amorim falou do encontro: “O ministro nos disse que está muito crente de que, no final, a Justiça vai prevalecer. Ele pediu confiança e também assumiu o compromisso de tentar falar com os outros ministros para nos receberem”.
A semana também foi marcada por visitas e saudações vindas de diversos estados do país. Parlamentares como as deputadas Maria do Rosário e Benedita da Silva visitaram os militantes e prestaram solidariedade. A vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes também visitou o grupo no último final de semana. Edgar Mojica, CUT Colômbia, enviou uma mensagem de apoio aos militantes pela internet. Além disso, militantes do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Ceará e uma turma de Tecnologia em Agroecologia do PRONEPR da Bahia enviaram vídeos de apoio aos grevistas. 
No sábado (11), receberam a visita de militantes que estão na Marcha Lula Livre, que partiu de três estados rumo ao Distrito Federal para no dia 15 registrar a candidatura de Lula. Durante a visita, a grevista Zonália Santos reafirmou seu compromisso: “Essa greve não é isolada, é composta por várias iniciativas, dentre elas a Marcha e outras atividades que acontecerão a partir do dia 15. Ela está dentro de um conjunto de ações que buscam fazer com que o povo brasileiro se levante, para que todos os brasileiros tenham direito de votar em quem querem votar. O STF não vai nos impedir disso”. Jaime Amorim afirmou que a greve não está condicionada ao registro da candidatura “Mandei vários recados dizendo que a greve de fome não está condicionada ao dia 15. Não está condicionada ao registro da candidatura. Nós vamos continuar na greve por tempo indeterminado garantindo o propósito e a tarefa dada que é da garantia da liberdade de Lula”.
No domingo (12), dia dos pais, os grevistas participaram de uma Celebração Religiosa contra a fome pela manhã e ao longo do dia receberam visitas dos familiares, como Jaime Amorim, que foi acolhido pela esposa e três dos seus quatro filhos, e Gegê, que recebeu a visita do seu irmão, o cantor Chico César. 
A equipe de saúde que tem acompanhado os grevistas divulga diariamente avaliações médicas sobre o estado de saúde do grupo. Com o grande número de dias sem se alimentar, a saúde do grupo continua fragilizada, e a ansiedade e irritabilidade se aguçaram com a privação de alimentos. Para evitar problemas, após um grande número de visitas ou atos, os militantes têm passado por um momento de repouso e terapias localizadas.

Edição: Catarina de Angola