Protesto

Em 23 dias, grevistas de fome por Justiça no STF perderam entre 8kg e 11kg

Avaliação médica aconteceu nesta quarta-feira, dia 22, em Brasília

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Os sete manifestantes passaram por uma avaliação médica que constatou a perda de peso
Os sete manifestantes passaram por uma avaliação médica que constatou a perda de peso - Michelle Calazans/ Ascom Cimi

A Greve de Fome por Justiça no STF (Supremo Tribunal Federal) chega ao 23º dia de resistência com o alerta redobrado da equipe da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, que acompanha os sete grevistas.

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Como reivindicação principal, os manifestantes em greve querem que os ministros do STF votem as Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) que tratam da regularidade de ordenar a prisão de um acusado após condenação em segunda instância, estágio do processo em que ainda cabem recursos e a inocência do acusado ainda pode ser decretada. O tema afeta diretamente a situação do ex-presidente Lula (PT), que está na condição de preso político desde o dia 7 de abril e segue líder em todas as pesquisas de intenção de votos para o Palácio do Planalto. 

 Nesta quarta-feira, 23, os grevistas completam 23 dias sem se alimentar, ingerindo apenas soro e água. Alguns deles perderam 8 quilos e outros chegaram a reduzir 11 quilos. 

De acordo com a médica especialista em Medicina de Família e Comunidade, Maria da Paz, neste momento intensificam mais ainda os sintomas que fazem parte do quadro da greve de fome prolongada.

“Os grevistas apresentam fortes dores musculares e quadro de hipoglicemia (alteração do nível de açúcar no sangue) e hipotensão (pressão arterial mais baixa do que o normal)”, esclareceu.

Estão em greve de fome Frei Sérgio Gorgen, Rafaela Alves, Vilmar Pacífico, Jaime Amorim, Zonália Santos, Luiz Gonzaga (Gegê) e Leonardo Soares.

Entre os grevistas, alguns apresentam maior fragilidade da saúde, explica Maria da Paz, pois o organismo de cada militante responde de forma diferente, apesar da condição sem alimento ser igualitária há 23 dias. 

A greve denuncia, além da parcialidade no Supremo Tribunal Federal, a volta da fome e o abandono dos mais pobres, o aumento da violência que ataca, sobretudo, mulheres, jovens, negros e LGBTs, a situação da saúde pública, os desmontes das conquistas dos trabalhadores, entre outras pontos expostos em manifesto divulgado pelos grevistas no início do protesto.


 

Edição: Juca Guimarães