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Casamento

ARTIGO | O Fenômeno Bolsonaro: Quando fascismo e neoliberalismo se encontram

Como explicar a fusão do conservadorismo de Bolsonaro com o ultra neoliberalismo de Paulo Guedes? Sim, é explicável.

29.ago.2018 às 11h19
João Pessoa (PB)
Jonas Duarte

O candidato Jair Bolsonaro que disse não entender de economia, aponta como seu orientador nessa área, o economista Paulo Guedes. - Divulgação

Acho a fusão Bolsonaro com Paulo Guedes uma espécie de bomba de nêutrons para o Brasil. Tentarei apresentar algumas interpretações pessoais para esse fenômeno. 

A junção do conservadorismo de direita, na dimensão dos costumes – algo muito próximo ao pensamento fascista de Mussolini nas décadas de 1920-30 na Itália – numa clara reação a "modernidade", aos valores da vida moderna contemporânea, com o pensamento ultra neoliberal do economista Paulo Guedes é, aparentemente surreal e impraticável em um país mestiço e de economia dependente como o Brasil, mas guarda certas coerências.

Os valores da modernidade estão em crise, expressam a mesma crise de sua base material. No Brasil e na América Latina essa crise se agudiza. Porém, já são produtos de outros fenômenos sociais que sucumbem aceleradamente no Brasil. A ética de uma época, como um conjunto de costumes de determinada Era, está em profunda ebulição. Isso é fato. 

Vivemos uma transição abrupta dos valores de uma sociedade de hegemonia rural, católica, de aguda estratificação e papéis sociais bem definidos, para o turbilhão da vida urbana, periférica, de economia constantemente cambaleante, excludente, permitindo novos sujeitos sociais e logicamente emergindo novos valores, que em muitos casos contrariam àqueles que há séculos estavam definidos nas mentes dessa população.

O processo relativamente rápido de urbanização (30 a 40 anos , o que na Europa foram 300 anos), agregado a uma urbanização caótica e perversa contra os "de baixo" gera medo, insegurança. Ainda mais quando os valores daquela estrutura social secular ainda estão sedimentadas nas mentes desses novos sujeitos urbanos.

Que valores seculares são esses que estou falando? Os valores hegemônicos da nossa clássica sociedade rural, oligárquica.
Ali, na estrutura dos senhores de engenho, dos coronéis das grandes fazendas o homem branco, rico, hetero, o ser ‘machão’ era o símbolo máximo da sociedade dessa época.

A mulher era a "dona de casa", cumpria um papel claramente inferior; o negro pobre, morador, descendente de escravo era, naquela estrutura social, "naturalmente" alguém muito, mas muito inferior. Alguém de quem só se valorizaria e de quem só se queria seu trabalho físico, sua condição de servir em diferentes dimensões.

O homossexual, então, era considerado uma excrescência humana, a ser zombado, desclassificado, como um nada. Como a expressão maior da vergonha, símbolo de uma tragédia humana, alvo de todas as humilhações possíveis.

Era esse o nosso mundo rural. Numa "paz social", onde os pobres, quase famintos, se submetiam às piores condições de trabalho, porque não havia outra alternativa. 

Ao homem branco, rico e hetero era dado o "ar" de superioridade, de "homem de bem". À ele era dado o direito de ser grosso, estúpido com os empregados, com as mulheres, com os filhos… esse era o "normal", os valores dominantes dessa época.

As mudanças ocorridas nas últimas 4 décadas e a conformação de uma urbanidade caótica onde os valores dessa sociedade rural são negados e subvertido por uma "aparente" desordem, assusta, gera um certo pânico. 

De repente se vê negros e movimentos negros se empoderando, mulheres se emancipando, deixando de ser a bela, recatada e do lar, para se tornar ativa e dirigente de suas vidas e comunidades. Se assiste a gays, historicamente humilhados se organizando e se empoderando… ora, a reação é natural. 

A reação à essa transição de valores na sociedade produz seus símbolos.

Associado a todo um caos econômico, caos na saúde… a tudo que cabe ao Estado e a política resolverem e não resolvem, se produz fenômeno que expressa a reação a modernidade, tal qual Mussolini na Itália em transição do início do século XX, associado ao discurso econômico dos novos setores dominantes, após a queda da experiência socialista na Europa.

É a fusão do que há de mais arcaico em termo de mentalidade, ou seja, a cabeça de quem ainda se imagina na Casa Grande, com o baronato financeiro que destrói o setor produtivo e o mundo do trabalho. 

Embora pareçam antagônicos, essa fusão tem muita coerência para sustentar o Brasil de privilégios e injustiças.

*É professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), doutor em História e colaborador do Brasil de Fato Paraíba.

Editado por: Paula Adissi
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