LUTA PELA TERRA

MST tranca rodovias na Paraíba para denunciar mandado de reintegração de posse

As 600 famílias acampadas no Arcanjo Belarmino exigem audiência com o poder público para não serem despejadas

João Pessoa (PB) |
Em protesto contra reintegração de posse, as famílias interditaram as BRs 101 e 230, na altura do acampamento Arcanjo Belarmino.
Em protesto contra reintegração de posse, as famílias interditaram as BRs 101 e 230, na altura do acampamento Arcanjo Belarmino. - Divulgação

As famílias do acampamento Arcanjo Belarmino, localizado no município de Pedras de Fogo, amanheceram nesta quarta-feira (29) trancando as rodovias 101 e 230, em imediações próximas a entrada do acampamento. 
O trancamento exige do poder público, em especial ao INCRA , a secretaria de Direitos Humanos e a Polícia Militar do estado, uma audiência sobre o caso.
“São mais de 600 famílias e elas não podem ficar desalojadas, o maior culpado disso tudo é o Incra, que ainda não vistoriou a área”, explicou Orlando Bernardo, dirigente do MST.
A ocupação Arcanjo Belarmino, em Pedras de Fogo-PB, completou 1 ano em julho e já se tornou uma área produtiva da luta pela Reforma Agrária. “Aqui já se produz macaxeira, batata doce, abacaxi, milho e agora querem despejar essas famílias? O Incra e a Vara Agrária têm que dar uma solução para estas famílias.”, desabafou Orlando.

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Acampados esperam por audiência com o Incra e estão dispostos a ficar nas rodovias o tempo que for preciso./ Foto: Divulgação.

O MST denuncia a falta de responsabilidade do Estado com as famílias que já residem no local e transformaram a Fazenda improdutiva em 1500 hectares de plantio das mais diversas culturas. “Nós só sairemos daqui quando o poder público, Incra, Vara Agrária, Ministério Público, Polícia Militar realizar ou marcar uma audiência para resolver essa situação. Essa é a nossa condição para desocuparmos a rodovia”, pontuou o dirigente do MST.
O Incra, solicitado para fazer a vistoria diversas vezes, não realizou o procedimento, o que beneficiou a Usina Santa Tereza, proprietária da área improdutiva, solicitar a reintegração de posse.
Até o momento desta matéria, as famílias continuavam ocupando a rodovia a espera de uma resposta sobre a solicitação de audiência.

Edição: Heloisa de Sousa