Minas Gerais

Saúde

Comemorações do Dia da Psicóloga abrem espaço para a defesa do SUS

Mostra promovida em Belo Horizonte destaca participação da profissão nas políticas públicas

Especial para o Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Atividades aconteceram na Praça da Assembleia, na última segunda (27)
Atividades aconteceram na Praça da Assembleia, na última segunda (27) - Foto: Nello Aun

Na segunda (27), a psicologia completou 56 anos como profissão regulamentada no Brasil. Para celebrar a data, o Conselho Regional de Psicologia  de Minas Gerais (CRP-MG) promoveu a IV Mostra de Práticas de Psicologia, na Praça da Assembleia, em BH. O evento contou com a apresentação de mais de 120 práticas de psicólogas e psicólogos de todo o estado e cerca de 80% dos trabalhos se relacionavam com as políticas públicas, em especial, com o Sistema Único de Saúde (SUS). 
“A falta de consciência de classe, especialmente entre profissionais liberais, facilita o corte de verbas em diversas áreas, como na rede de saúde, de atenção psicossocial, de educação e de assistência social”, avalia a conselheira do CRP-MG Odila Braga.
A psicóloga e presidenta do Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais (Psind-MG), Lourdes Machado, lembra que os profissionais da Psicologia desempenharam importante papel na construção do SUS há 30 anos, especialmente ao protagonizar a luta pelo fim dos manicômios. Atualmente, além de atuar na ponta, executando as políticas públicas, a categoria participa de espaços estratégicos para formulação dessas políticas: os conselhos de saúde. “Defender o SUS é defender a vida”, diz.
A psicóloga e doutora em Educação Ana Rita Trajano conduziu a roda de conversa “Em defesa do SUS como direito do povo brasileiro”. Os participantes dialogaram sobre como a política abrange toda a população e como isso está ameaçado. 
Ana Rita lembrou as graves consequências da Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os recursos para a saúde pública e prejudica mais de 85% da população do Brasil, que hoje depende do SUS. “Já perdemos milhões de reais desde a criação da emenda. Sentimos os efeitos disso, por exemplo, no interior: psicólogas e psicólogos que aposentam e não são substituídos. Não há abertura de concurso público e quando algum profissional é contratado, se dá por regime de contrato provisório”, relata. 
“O SUS hoje está sofrendo com a política neoliberal, que transforma o seu sentido original, que é o da saúde universal pública, humanizada, de qualidade e resolutiva, que atende às necessidades da população”, denuncia. A psicóloga explica que o SUS não se resume à assistência médica, mas também é responsável pela vigilância sanitária, imunização e prevenção de doenças.
 

Edição: Joana Tavares