Justiça

Equador: Interpol suspende ordem de extradição de Rafael Correa

Defesa do ex-presidente apontou problema institucional e falta de provas no caso; nova audiência será no fim de semana

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Rafael Correa foi presidente do Equador entre 2007 e 2017, pelo Aliança País
Rafael Correa foi presidente do Equador entre 2007 e 2017, pelo Aliança País - Miguel Ángel Romero/ Presidencia de la República

A defesa do ex-presidente do Equador Rafael Correa anunciou nessa terça-feira (18) que a Interpol suspendeu “de forma excepcional” a ordem de extradição contra o político, após examinar argumentos dados pelos advogados do caso. 

Em entrevista à imprensa equatoriana, o advogado responsável, Christophe Marchand, disse que há “um problema institucional”, além de indícios de que o processo legal viola os direitos fundamentais de Correa. 

“Normalmente, em nível internacional, a Interpol recebe a demanda e a executa. Aqui não, porque há razões mais importantes”, disse Marchand, referindo-se ao Conselho de Participação. O jurista também disse que o órgão internacional está “pressionando os juízes que supervisionam o caso”. 

No mesmo dia, a juíza que monitora o caso suspendeu a audiência de pré-julgamento, onde o procurador-geral Paul Pérez deveria apresentar provas contra o ex-presidente. A audiência foi adiada para esta sexta-feira (21), devido a erros técnicos nos arquivos do advogado geral. 

O advogado equatoriano de Correa, Caupolican Ochoa, disse à imprensa que “o advogado geral não pode levar isso a julgamento”, além de afirmar que não “há provas” contra o ex-mandatário equatoriano. 

Em sua conta pessoal no Twitter, Rafael Correa criticou a posição do procurador-geral, a quem atribuiu um “comportamento vergonhoso”, e informou que a audiência no final da semana terá a presença de observadores internacionais. 

Pedido de prisão 

No dia 3 de julho passado, a Justiça emitiu um pedido de detenção internacional contra Correa, que é acusado de participar da tentativa de sequestro do ex-deputado Fernando Balda, em 2012, fato que teria ocorrido na Colômbia. 

Após se apresentar ao Consulado do Equador em Bruxelas, cidade em que vive atualmente, o ex-presidente foi surpreendido por uma petição do procurador Paul Pérez, que ordenou a detenção preventiva junto à Interpol.

Pérez chegou a pedir a emissão de um alerta vermelho face ao não cumprimento da ordem de comparecimento. O ex-presidente chamou ato de "perseguição" e "farsa". 

*Com Telesur e Prensa Latina.

Edição: Opera Mundi