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OEA, Venezuela e República Dominicana: o que há em comum?

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Luís Almagro, já não descarta um intervenção militar na Venezuela, e quer repetir a história da invasão da República Dominicana nos anos 60
Luís Almagro, já não descarta um intervenção militar na Venezuela, e quer repetir a história da invasão da República Dominicana nos anos 60 - Divulgação
Não se pode admitir que o governo brasileiro e a OEA se juntem a essa empreitada

O Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, já não descarta um intervenção militar na Venezuela, o que foi defendido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Almagro quer repetir a história da invasão da República Dominicana nos anos 60, que contou com o apoio dos golpistas brasileiros, que enviaram para chefiar as tropas invasoras o então general Meira Matos, que deixou uma mancha na história brasileira.

Agora, 55 anos depois, sob o comando de um outro subserviente do gênero Castelo Branco, o governo de Michel Temer vem cumprindo seu papel na história, em um primeiro momento de forma a enganar a opinião pública, mas no fundo recebendo com honras emissários do governo Trump, que querem repetir a história da República Dominicana.

Nesse sentido, Almagro, um uruguaio traidor da Frente Ampla que governa o país vizinho, está cumprindo o seu papel de defensor do intervencionismo. Junto a ele, diariamente a mídia comercial na América Latina vem iludindo a opinião pública ao apresentar o governo venezuelano como responsável por um suposto inferno que estaria vivendo o país que faz fronteira com o Brasil.

É preciso informar à opinião pública o papel que vem exercendo Luis Almagro na OEA e observar com a máxima atenção o posicionamento de Michel Temer, um seguidor, como o secretário geral da OEA, de ordens emanadas de Washington.

Na verdade, o recente pronunciamento de Almagro confirma o que vem sendo dito sobre ele, ou seja, que não passa de um seguidor das ordens do governo estadunidense.

É uma realidade que não pode ser escondida em hipótese alguma, sobretudo em um momento grave como o atual em que os Estados Unidos não se conformam em ver um país como a Venezuela controlando a sua riqueza petrolífera. Trump  quer,  de  todas as formas, que seja retomado o controle dessa riqueza pelas empresas dos Estados Unidos.

Não se pode admitir que o governo brasileiro e a OEA se juntem a essa empreitada de dominação, que já provocou guerras e invasões como no Iraque e Líbia.

Para tanto, é urgente informar o que se passa neste momento, sem subterfúgios, para evitar a continuação do envenenamento da opinião pública, que poderá, nas próximas semanas, até aumentar a dosagem.

É por aí que se pode explicar também a ofensiva midiática contra o governo de Nicolás Maduro, que poderá culminar na repetição da história acontecida na República Dominicana, também uma mancha na história brasileira. É preciso evitar que a história se repita.

E por que não perguntar aos candidatos que disputam a preferência dos eleitores sobre o tema defendido por Almagro? Seria uma forma de se conhecer o que pensam sobre o atual momento e até mesmo como pretendem conduzir a política externa brasileira.

E vale lembrar também que numa ocasião o próprio Almagro se posicionou contra a invasão da República Dominicana chegando a afirmar que a história não poderia se repetir. Era um tempo em que Almagro escondia de fato o seu posicionamento e enganava os latino-americanos, porque se expusesse sem rodeios o seu pensamento não conseguiria ocupar o posto que ocupa.

Edição: Jaqueline Deister