CRISE

Presidente do Banco Central da Argentina renuncia em meio a visita de Macri aos EUA

Luis Caputo anunciou sua demissão enquanto o presidente argentino se reunia com o FMI

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente argentino Maurício Macri e Luis Caputo, ex-secretário e ex-ministro de Finanças de seu governo, agora ex-presidente do BC
O presidente argentino Maurício Macri e Luis Caputo, ex-secretário e ex-ministro de Finanças de seu governo, agora ex-presidente do BC - Página 12

O presidente do Banco Central da Argentina, Luis Caputo, apresentou sua renúncia nesta terça-feira (25), enquanto o presidente Maurício Macri tenta dar seguimento a uma nova negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), nos Estados Unidos. Segundo informações oficiais, a demissão aconteceu por “motivos pessoais” e com “a convicção de que o novo acordo com o FMI vai reestabelecer a confiança sobre a situação fiscal, financeira, monetária e cambial”.

“Caputo agradeceu ao presidente Macri pela confiança depositada nele para ocupar diferentes cargos desde o começo do seu governo, primeiro como Secretário de Finanças, depois como Ministro de Finanças e como Presidente do Banco Central da República Argentina durante o último período”, indicou o comunicado oficial divulgado nesta terça.

A renúncia de Caputo se deu em meio às negociações do governo argentino por um novo adiantamento de empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no momento em que o presidente do país, Maurício Macri, e o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, estavam em Nova York. Em junho deste ano, o Estado argentino garantiu um empréstimo com o FMI no valor de US$ 50 bilhões, que chegarão em parcelas ao longo de três anos.

Nessa segunda-feira (24), durante sua visita aos Estados Unidos, Macri encontrou novamente a diretora do FMI, Christine Lagarde, embora tenha negado à imprensa qualquer possibilidade de cessação de pagamentos.

Caputo estava à frente do Banco Central há um pouco mais de três meses, desde o dia 14 de junho, quando substituiu o ex-presidente da instituição, Federico Sturzenegger, que também se demitiu diante da crise cambial no país, alguns dias depois do acordo inicial com o FMI.

O presidente argentino ainda não se pronunciou sobre a demissão do funcionário. Durante sua visita oficial aos Estados Unidos, Macri participa nesta terça-feira (25) da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Uma greve geral na Argentina contra as políticas do governo teve início também nessa segunda-feira (24) para protestar contra as políticas de ajuste do governo e os acordos com o FMI.

*Com informações da teleSUR e do Página12.

Edição: Vivian Fernandes | Tradução: Luiza Mançano