Com perfil conciliador, como é conhecido Dias Toffoli, o mais novo dos ministros da Suprema Corte, talvez seja a esperança de tempos ordeiros.
A expectativa é de que seja uma gestão que tire o supremo dos holofotes, pacifique a relação entre os poderes e as relações no próprio Tribunal, sem também correr o risco de se omitir em demasia em questões naturalmente polêmicas, mas carentes de debate.
Toffoli é conhecido por ter um bom trânsito entre distintos grupos políticos, mesmo sendo um velho conhecido do Partido dos Trabalhadores.
Tem se mostrado um dos ministros mais técnicos e preparados, proferindo decisões de referência. Sua gestão poderá trazer inicialmente pautas sociais relevantes, mas temas acalorados entre seus pares, devem ser, a princípio, postergados. Já que inclusive estamos vivendo uma eleição, momento sensível para o país e isso deixaria o Supremo ainda mais babélico.
Esperemos para os próximos dois anos um STF mais discreto e equilibrado. No entanto, esse balanceamento dependerá também de um executivo coeso, estável, sem tanta necessidade de acionamento da corte.
O ministro José Antonio Dias Toffoli assumiu dia 13 de setembro a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Nascido em Marília, no estado de São Paulo, foi advogado do Partido dos Trabalhadores (PT), nas campanhas presidenciais de 1998, 2002 e 2006, e foi advogado-geral da União durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2007 a 2009, e ainda em 2009 foi nomeado para o STF, também pelo presidente Lula.
* Yanne Teles é professora, advogada eleitoralista e membro da Associação de Juristas pela Democracia – ABID.
