Pernambuco

MOBILIZAÇÃO

Festival pela Vida das Mulheres propõe diálogo sobre aborto e democracia

Em Referência ao Dia Latino-americano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto, em Recife

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Em agosto, houve uma edição do Festival pela Vida das Mulheres que também discutiu a importância da garantia do direito às mulheres
Em agosto, houve uma edição do Festival pela Vida das Mulheres que também discutiu a importância da garantia do direito às mulheres - Divulgação

Nesta sexta-feira, 28, é celebrado o Dia Latino-americano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto, e a Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto/PE realiza  o Festival pela Vida das Mulheres, a partir das 16h, na Praça da Várzea, em Recife. Com a proposta de  reafirmar a luta por liberdade e autonomia para todas as mulheres, em meio ao avanço do conservadorismo.
“O festival é o fechamento de um mês de atividades e rodas de conversas em comunidades e universidades. Momento de culminância em que a gente avalia como foi a mobilização e aprofunda o debate. Mas nosso objetivo principal enquanto Frente é ganhar o debate da sociedade também. Porque argumentos temos muito acumulado nos anos de luta, diante da ofensiva conservadora e da distorção do debate por setores sectários de direita. E estar na rua para falar com a população é muito importante. Mas também festejar. A forma de festival foi escolhida porque resistir em tempos tão difíceis é algo sempre a ser festejado”, afirma Silvia Camurça, do SOS Corpo e integrante da Frente Nacional Contra Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto.
Dados do Ministério da Saúde revelam que 1.872 mulheres morreram em 2015 por causas relacionadas à saúde materna e dessas 211 morreram por causas relacionadas ao abortamento. A Razão de Morte Materna é uma das mais altas do mundo e cresceu de 62 óbitos por 100 mil nascidos vivos, no ano de 2015, para 64,4 óbitos em 2016. A morte materna está relacionada a qualquer morte que acontece durante a gestação e parto ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. O aborto está entre as primeiras causas de mortes maternas no país devido a hemorragias e infecções.
É diante desse contexto que acontece o Festival pela Vida das Mulheres, aproveitando o período eleitoral e o mês de luta pela descriminalização e legalização do aborto em todos os países da América Latina e Caribe, para a reflexão da necessidade de políticas de atenção integral à saúde sexual e reprodutiva das mulheres. 
A Frente também publicou um manifesto, na última terça 25, que mobiliza mulheres de todas as idades e aliados por todo o país a favor da luta por direitos, por justiça, igualdade e liberdade das mulheres afro-caribenhas e latino-americanas.
Virada Online – Também no dia 28 e no dia 29/09, as organizações da Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto realizam a Virada Feminista Antifascista pela Legalização do Aborto. A virada acontece online e chega ao seu terceiro, na luta pela autonomia das mulheres e pelo direito ao aborto. A ação convoca todas as mulheres para a luta contra o fascismo no Brasil, disponibilizando online, durante os dois dias, uma série de materiais, vídeos e publicações reforçando a luta coletiva em defesa das mulheres, para que nenhuma mulher seja presa, punida, maltratada ou humilhada por ter feito um aborto. Para acompanhar a virada, é só acessar aqui. 
Programação Festival em Recife:
Dj's Marte/ Cris 
Rodas de diálogo: Pode haver democracia e justiça sem direito ao aborto?
Oficinas de Lambes, Expressão corporal e Grafitagem 
Poetisas Cidinha Oliveira e Joana Dias
Batucada feminista do Fórum de Mulheres de Pernambuco
Atrações Culturais:
Mônica Feijó
Aninha Martins
Isaar
Femigang

Edição: Catarina de Angola