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Comunicadores do Paraná lançam frente ampla em defesa da democracia

Encontro reuniu profissionais e militantes dispostos a repensar as estratégias de combate à desinformação

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Encontro reuniu integrantes do Brasil de Fato, da Mídia Ninja, do Terra Sem Males, do Porém.net. e da comunicação de movimentos populares
Encontro reuniu integrantes do Brasil de Fato, da Mídia Ninja, do Terra Sem Males, do Porém.net. e da comunicação de movimentos populares - Joka Madruga

As eleições 2018 impõem ao menos dois novos desafios ao campo da comunicação: combater as fake news e disseminar nas redes informações checadas, com credibilidade. A partir dessa constatação, comunicadores de diferentes veículos paranaenses se reuniram nesta terça-feira (16) para formar uma frente ampla em defesa da democracia. O encontro aconteceu no Centro de Formação e Cultura Marielle Vive, em Curitiba.

“A gente pode questionar o quanto quiser a Globo e as outras emissoras, os outros veículos jornalísticos. É óbvio que todos esses entram na luta de classes a favor dos mais ricos, mas eles ainda mantinham certa aparência de verdade. No mundo de hoje, isso desapareceu por completo”, disse Frédi Vasconcelos, jornalista e editor do Brasil de Fato Paraná.

Vasconcelos fez uma retomada dos últimos anos da política nacional, lembrando que as manifestações de junho de 2013 transformaram os parâmetros da comunicação em rede. O jornalista ressaltou a importância que as redes sociais têm na vida da população brasileira -- o Whatsapp possui 120 milhões de usuários ativos no Brasil, e o Facebook, 127 milhões. 

Com a população hiperconectada, o jornalismo e a comunicação popular precisam criar novas estratégias para dialogar com os leitores, ouvintes e telespectadores. É o que aponta a jornalista do Brasil de Fato Paraná, Franciele Petry. Para ela, o fortalecimento de uma frente de comunicadores é fundamental para potencializar as formas de comunicação. 

“A gente tem uma rede muito ampla de comunicadores, e conseguimos dialogar para trocar essas expertises e fortalecer o coletivo, para conseguir fazer essa comunicação mais estratégica”, afirma. 

Para Petry, o papel de uma frente de comunicação popular, no atual cenário político, é mostrar um outro “projeto de país, que defende o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras”. 

Apesar dos desafios impostos pelas redes sociais, Wellington Lenon, que faz parte da Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná, chama atenção para o desafio de levar informação aos sertões e às periferias do Brasil.

"A maior dificuldade da nossa base, do MST ou do pessoal da periferia é o acesso. A minha mãe, por exemplo, que, infelizmente, é analfabeta, se sente muito feliz porque ela escuta a Rádio Brasil de Fato, ouve as notícias e dissemina", diz Lenon. 

O encontro marcou também a comemoração da 100ª edição do Brasil de Fato Paraná. Também participaram do encontro representantes da Mídia Ninja, do Terra Sem Males e do Porém.net.   

Edição: Daniel Giovanaz