Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Cidades

Entrevista

Boff: Bolsonaro legitima a violência que pode ocorrer na sociedade

Depois das eleições, Boff elenca desafios para a esquerda e critica duramente a posição do presidente eleito Bolsonaro

19.nov.2018 às 07h34
Curitiba (PR)
Davi Macedo e Pedro Carrano
Chaves como corrupção, segurança e antipetismo foram usados para vencer a eleição, diz Boff

Chaves como corrupção, segurança e antipetismo foram usados para vencer a eleição, diz Boff - Joka Madruga/Agência PT

O Frei Leonardo Boff esteve em Curitiba na condição de visita religiosa ao ex-presidente Lula, há mais de 220 dias encarcerado na Superintendência da Polícia Federal, no bairro do Santa Cândida, em Curitiba. A primeira visita havia sido ainda em abril e rechaçada pela juíza Carolina Lebbos, gerando uma imagem que rodou o mundo.

Hoje, depois das eleições, Boff elenca os desafios para a esquerda e critica duramente a posição do presidente eleito Bolsonaro: “O da presidência é um discurso ritual, que tem que respeitar certos limites, mas o primeiro discurso de campanha teve como efeito criar uma cultura da violência. Legitima a violência que vai ocorrer na sociedade. Perseguição aos homoafetivos, aos negros, aos pobres, aos quilombolas, aos indígenas”, critica.

BdF – Qual avaliação você faz da conjuntura social do Brasil que levou à eleição de um projeto tão autoritário quanto o do Bolsonaro?

Leonardo Boff – Eu acho que foi a capacidade de eles escolherem três logs que falavam diretamente ao povo. Como já cientistas notaram, os partidos que tiverem os melhores logs, as melhores palavras-chaves, geralmente obtém sucesso. E eles usaram a questão da corrupção, que é um problema; usaram a questão da segurança, que também é problema; e usaram a questão do antipetismo, outro problema. Junto a isso, inventaram o fantasma do comunismo pelo qual eles escondem as atitudes fascistas deles, e a família, porque o brasileiro é muito conservador. Defende a família, embora ele não tenha sido um exemplo nenhum, já está no terceiro matrimônio. Mas são palavras que vão diretamente ao coração das pessoas. Ele não usou a argumentação, usou o discurso da sensibilidade.

Quando fala da violência, expõe sobre as mães que choram os filhos, que são mortos ainda bebês, que não podem ir para a escola e comove as pessoas. Esse discurso criou uma atmosfera que deu relevância a ele. Agora, eu acho que devemos distinguir duas coisas: o discurso de campanha, que foi extremamente violento e o discurso de presidente. O da presidência é um discurso ritual, que tem que respeitar certos limites, mas o primeiro discurso de campanha teve como efeito criar uma cultura da violência. Legitima a violência que vai ocorrer na sociedade. Perseguição aos homoafetivos, aos negros, aos pobres, aos quilombolas, aos indígenas.

E já estão aplicando isso, já estão perseguindo, matando. Então eu acho que a situação é grave com o país, nós temos que ter muita vigilância, proteger nossos líderes que podem ser assassinados. E ele vai se contra, vai condenar, mas eles todos se sentem legitimados por aquilo que ele disse antes e isso é grave.

Como organizar a resistência dos movimentos sociais diante de um governo autoritário?

Eu acho que o PT tem que se reinventar porque ele nasceu nas bases e quando estava no Planalto esqueceu a planície. Então ele tem que ter uma ligação orgânica, contínua com a base, porque a base corrige, educa o político e ele aí se convence que não pode ser corrupto, aperta a mão calosa. Criar escolas de formação política, usar os meios que são próprios do povo. Por exemplo, a literatura de cordel. O grupo do Nordeste que criou uma articulação vende por ano um milhão de exemplares de literatura de cordel. Isso atinge de dez a doze milhões de pessoas.

O PT tem que usar tais argumentos, as coisas boas que Lula fez, as propostas do partido. Eu acho que insistir enormemente na maior chave que tem no Brasil que é a injustiça social. Chamar de ‘desigualdades’, desigualdade é um termo analítico muito frio, tem que dizer injustiça social, pecado social que ofende a Deus e os filhos e filhas de Deus. Nós temos que superar isso e fazer com que eles participem. São temas que o povo entende.

Como prévia a isso tudo, o PT tem que fazer, na minha opinião, uma autocrítica pública. Dizer esses acertos nós fizemos, esses erros cometemos, pedimos a compreensão de vocês, a proposta positiva é essa que vai nos beneficiar e vai nos ser melhor para o Brasil. O povo é complacente, ele perdoa, ele não aceita que o enganem ou escondam a verdade. O PT tem que ter essa coragem. Não é dar arma ao inimigo, é fazer prevalecer a verdade das coisas e isso fortalecerá o partido na sua ética.

Por fim, eu acho que ele tem que ressuscitar a Comissão de Ética e expulsar todos os corruptos do PT, que para além do Caixa 2, que era comum, se enriqueceram pessoalmente. Esses têm que ser expulsos. Será uma lição que o povo vai honrar. O próprio Lula dizia, vamos cortar na própria carne. Pois agora aplica.

No segundo turno, a esquerda fez um trabalho de casa em casa para debater com a população. É um sinal do que deve ser feito no próximo período?

Eu acho que o convencimento é o contato. Entra no bar, fala com as pessoas. E dizer a verdade. O que é esse Bolsonaro, um homem da violência. Que diz que os militares de 64 “cometeram um erro, só torturaram, deviam matar todo mundo e começar por Fernando Henrique (Cardoso, ex-presidente)”. Denunciar os podres reais que ele mesmo disse: “Tem que matar petralhas”. Isso é um criminoso. E usar a bíblia. São João diz: “Quem odeia seu irmão é um assassino”, João 3:15. O povo entende a bíblia. A gente tem que  usar esses elementos.

O senhor falou na proteção dos nossos líderes. Em relação ao Lula, o senhor acha que ele está em risco?

Ele não está por estar protegido lá dentro, ele mesmo não sabe por quanto tempo. O objetivo era tirá-lo. Ele esperava que após as eleições o libertassem. Mas, que nada, o mantiveram preso e tendo o Moro lá em cima vai gerar mais obstáculos. Então, ele está inseguro, não sabe qual é o futuro.

Por outro lado, tem uma grande força interior dizendo ‘nunca roubei nada de ninguém. O desafio que ele me disse: “quando falar em público faça o desafio para o Moro, que apresente um argumento”. Todos os grandes analistas, internacionais, afirmam que esse processo não se aguenta em pé, porque não tem materialidade.

Então, ele é um preso político, vivendo isolado, numa solitária. Quando o visitei pela primeira vez (início de maio), depois de um mês, ele chorava e me abraçava porque era a primeira vez que via alguém além de filhos e advogado. Ele é acostumado a ver gente do povo. Querem ver se ele perde o equilíbrio interior, eventualmente se suicide. Mas ele diz: “Olha, quem viu parte da família morrer de fome, eu quase morri de fome, passei todas as misérias do mundo, isso aqui pra mim é um refresco, estou aqui dentro estudando, meditando, seguindo”. É desumano. Quando o visitei pela primeira vez, havia uma esteira há vinte dias ao lado da porta, que a juíza não deixava entrar. Inumanidade. Eles têm a famosa Lei Mandela. Quem é portador do prêmio Nobel pode entrar em todas as prisões. Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, fala que esteve em Israel e na China e pôde entrar, mas aqui não. Arbítrio puro. Vivemos em um regime de exceção. Total arbítrio, sem Constituição, sem leis. Não é uma democracia de baixa intensidade, mas a negação da democracia.

Editado por: Laís Melo
Tags: lula
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Direito de morar

Ocupação dos Queixadas celebra 6 anos em SP sob ameaça de despejo

Dia Nacional do Funk

No fundo, a mensagem é ‘fique longe do crime’, diz musicólogo sobre letras do funk

90 dias sem justiça

Três meses após PM matar senegalês Ngagne Mbaye, ambulantes vão às ruas de SP pelo fim da Operação Delegada

ENERGIA

Nova medida provisória tenta evitar alta na conta de luz após derrubada de vetos

MORADIA

Moradores da ocupação Porto Príncipe fecham avenida em SP contra ordem de despejo

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.