VIOLÊNCIA

Protestos contra a corrupção no Haiti deixam seis mortos e dezenas de feridos

Manifestantes saíram às ruas em todo o país no último domingo (18) contra os desvios do fundo da Petrocaribe

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A data dos protestos coincidiu com o aniversário da Batalha de Vertières, que marca a derrota das tropas francesas e a independência do país - REGINALD LOUISSAINT JR / AFP

As autoridades do Haiti comunicaram, nesta segunda-feira (19), a morte de seis personas, além das dezenas de feridos, após os protestos contra a corrupção que tomaram as ruas do país caribenho no último domingo (18).

Milhares de haitianos marcharam em diversas cidades do país para exigir que o governo preste contas sobre o destino dos fundos da Petrocaribe, iniciativa do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez para equiparar o acesso ao petróleo entre os países da região.

Durante os protestos, aconteceram enfrentamentos entre manifestantes e policiais.

A data dos manifestações coincidiu com a celebração do 215º aniversário da Batalha de Vertières, contra as tropas francesas, que levou à independência do país, e o atual mandatário, Jovenel Moïse, esteve presente no ato de comemoração que aconteceu na capital, Porto Príncipe, um dos focos dos manifestantes.

Na ocasião, Moïse fez um discurso de chamado à unidade, que foi televisionado. “É com união, paz e diálogo que poderemos avançar”, afirmou o presidente haitiano enquanto os protestos aconteciam.

Após a jornada de manifestações, grupos de oposição convocaram novos protestos e uma greve para esta semana.

Desvios

Durante os últimos meses, os haitianos protagonizam uma série de manifestações para exigir que o Estado investigue os responsáveis pelo suposto desfalque dos fundos da Petrocaribe. Os manifestantes também reivindicam melhores condições de vida, acesso à saúde e educação.

Em 2017, o Parlamento haitiano publicou um relatório no qual informava o envolvimento de ex-funcionários do Estado em supostas irregularidades no manejo de mais de US$ 2 bilhões do fundo do Petrocaribe.

Em outubro deste ano, o presidente Jovenel Moïse substituiu o chefe de Gabinete e o secretário-geral da Presidência que, segundo a investigação do parlamento, estavam envolvidos no caso.

Edição: teleSUR | Versão para o português: Luiza Mançano