AMÉRICA DO NORTE

Primeira deputada negra da história dos EUA vai ganhar estátua em parque de Nova York

Shirley Chisholm também foi a primeira mulher negra a disputar as primárias para presidente do partido Democrata

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A homenageada nasceu em 1924 em Nova York e, em 1968, foi eleita pelo 12º distrito da cidade como deputada, cargo que exerceu até 1983
A homenageada nasceu em 1924 em Nova York e, em 1968, foi eleita pelo 12º distrito da cidade como deputada, cargo que exerceu até 1983 - Wikicommons

Shirley Chisholm, a primeira deputada negra eleita nos Estados Unidos, no final da década de 1960, vai ganhar uma estátua na frente do Prospect Park, no Brooklyn, Nova York, anunciou a prefeitura da cidade nesta semana.
O monumento deve ficar pronto em 2020 e vem em um movimento de aumentar a presença de estátuas de mulheres na cidade. Segundo a prefeitura, citada pelo jornal The Guardian, só há cinco representações de mulheres pelo município – e ao menos 150 de homens.
A homenageada nasceu em 1924 em Nova York e, em 1968, foi eleita pelo 12º distrito da cidade como deputada, cargo que exerceu até 1983, sempre pelo partido Democrata. Ela ficou conhecida pelo slogan “unbought and unbossed” (“incomprável e inchefiável”, em tradução livre) e pela frase “se eles não te dão um lugar à mesa, traga uma cadeira dobrável”.
Em 1972, ela também foi responsável por outro marco: tornou-se a primeira mulher negra a participar das primárias para presidente dos Democratas (em 1968, Charlene Mitchell foi candidata pelo Partido Comunista, sendo a primeira afro-americana a concorrer em uma eleição geral à presidência).
Chisholm terminou em quarto lugar, em uma campanha com poucos recursos, perdendo para o então senador pela Dakota do Sul George McGovern (que seria derrotado logo depois na eleição geral pelo já presidente Richard Nixon).
Na época, questionada sobre a campanha, Chisholm disse: “não sou a candidata da América negra, apesar de ser negra e ter orgulho disso. Não sou a candidata do movimento feminino deste país, apesar de ser mulher e, igualmente, orgulhosa disso. Eu sou a candidata do povo e minha presença em frente a vocês simboliza uma nova era na história política norte-americana.”
Chisholm morreu em 2005, aos 81 anos. Em 2015, durante o governo de Barack Obama, ela recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, de maneira póstuma.

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Cartaz da campanha de Chisholm à presidência em 1972. Fonte: Reprodução

Edição: Opera Mundi