Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Bem viver Cultura

Cor nas ruas

Tody One: o graffiti como ferramenta de transformação periférica e expressão negra

Grafiteiro há 17 anos, ele conta sobre seu trabalho e os desafios enfrentados por artistas na maior cidade do país

17.dez.2018 às 09h58
São Paulo (SP)
Mayara Paixão
Artista visual Tody One renovou a fachada do Instituto Lula, em São Paulo, no início de 2018

Artista visual Tody One renovou a fachada do Instituto Lula, em São Paulo, no início de 2018 - Ricardo Stuckert

Dos 30 anos de idade do pernambucano João Belmonte, ele passou ao menos 13 tendo o graffiti como protagonista do seu dia a dia. Com a arte, aprendeu a importância de se posicionar politicamente, os desafios de obter respostas do poder público e as diferenças que separam artistas pela cor da pele. A partir daí continuou usando o graffiti como instrumento para provocar as pessoas e as instituições.

Hoje, o artista visual é conhecido pela maioria como Tody One e tem como campo de atuação principal o bairro de Guaianases, no extremo da zona leste de São Paulo (SP). Uma de suas obras mais conhecidas é o Gigante da Escadaria, que deu novo visual e ressignificou uma viela da região para os moradores.

Em julho de 2017, também participou da criação de mais um ponto de difusão de cultura na cidade: o Ateliê Griot Urbano, estimulando a representatividade de pensadores, artistas e escritores negros.

Em conversa com a Rádio Brasil de Fato, Tody One compartilhou as dificuldades enfrentadas enquanto artista da periferia, a relação que vê entre arte e política e o papel do graffiti nos centros urbanos.

Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: Nos conte um pouco como surge e o objetivo do Ateliê Griot, por favor…

Tody One: O Ateliê Griot urbano teve início em 2016 junto com meu amigo Nômade Griot. Nós temos algumas atividades de trabalho com arte-educação e arte urbana e vimos a necessidade de diálogo no nosso próprio bairro [Guaianases], que não tinha. A gente era educador na Cidade Tiradentes, em Itaquera e em outros bairros, mas onde morávamos nunca tínhamos atuado.

Tivemos essa iniciativa de fazer algumas atividades com as crianças e um diálogo de arte negra e política. Fazemos alguns encontros e trazemos alguns artistas para trocar uma ideia, falar sobre política nesses tempos atuais.

(Foto: Isaías Dalle)

O Ateliê fica próximo da escadaria e ela, depois do graffiti, virou um ponto turístico, e a gente conseguiu que um vereador fosse lá visitar o espaço e ouvisse os moradores. Essa escadaria é bem antiga, tem mais de 60 anos, mas não tinha corrimão, e os degraus eram todos irregulares. A partir do graffiti, conseguimos essa proximidade com o poder público, que já iniciou algumas obras para revitalizar a escada.

É legal que a gente, como arte e militância de periferia, fez com que chegasse uma melhoria para um lugar que antes não era olhado.

Vocês também trazem uma proposta, de preocupação grande, com o incentivo à leitura, em especial de autores negros, certo?

Exatamente. Um dos poetas que mais escrevo nas ruas é o Sérgio Vaz. Tem uma galera do meu bairro que o conhece sem saber quem é ele por conta das poesias que escrevo nos muros.

A proposta é exatamente essa: dar essa autonomia aos artistas negros e fazer com que eles tenham voz. Temos um projeto chamado Geloteca, no qual a gente pega geladeiras velhas, grafita elas e coloca em lugares ociosos e escolas.

Em Guaianases, temos cinco geladeiras espalhadas e um total de 17 geladeiras espalhadas pela cidade com essa proposta de fazer pontos independentes de leitura além das bibliotecas públicas. A galera tem livro para doar, coloca na geladeira e a própria população faz essa troca de livros.

O graffiti é uma arte que ocupa o espaço urbano e público, mas por fazer as pessoas não compreendem isso. Como você entende essa discussão e quais desafios já enfrentou?

Enfrento vários. Nessa atualidade de conjuntura política, quem se posicionou são poucos grafiteiros de São Paulo, que bateram de frente. Os graffiti sofrem ataques, mas a gente que é da rua sabe que é uma arte efêmera. Fazemos, tiramos foto e acabamos esperando que isso aconteça mesmo, como alguns ataques com tinta.

A gente que é artista urbano está propício a receber essas críticas. Conseguimos atingir algumas pessoas e provocar outras. O ideal da arte é essa provocação. Quando as pessoas se sentem provocadas, acho que atingiu a intenção, que era essa mesmo.

No seu trabalho, a arte desde sempre foi uma forma de expressão política?

Foi uma construção. Faço graffiti desde os 13 anos, mas não tinha uma ideologia a seguir naquele tempo. Eu, como homem negro, tentava saber a minha posição na rua. A gente sabe que existem pichadores de classe média que, em sua maioria, têm advogados e pessoas que podem tirar eles da cadeia assim como eles entram. Para um artista preto de periferia, isso já não acontece. Você está propício a ser morto.

A gente sofre algumas coisas na periferia por ser homem negro. Tenho um amigo que é pichador e é negro e tem um problema crônico no ombro porque o policial jogou ele de cima de um muro há cinco anos. Ele não consegue levantar o braço. Então algumas coisas que acontecem com artistas e pichadores de periferia são diferentes dos que acontecem com uma galera que tem um poder aquisitivo maior e tem acesso a advogados, por exemplo, para tirar eles da prisão caso precise.

Minha mãe, quando eu saia de casa, sempre me dizia para ser educado com autoridades e sempre andar com documento e não fazer nada de errado porque só falta 'um pezinho' para a gente poder ser agredido. Artista de periferia é bem diferente do 'artista Vila Madalena'.

Ao longo destes 17 anos produzindo graffiti, o que a arte representa na sua vida?

Uma incógnita. A arte existe para eu poder viver. Se não fosse por ela, talvez eu estaria como um zumbi, trabalhando em uma empresa fechada e não estaria vivendo. Eu consigo atingir algumas pessoas e elas são gratas por isso e tenho o graffiti como arte-educação, como poesia para ser vivida.

Editado por: Brasil de Fato
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Anti-imperialista

Movimentos se reúnem em Brasília neste sábado (17) em convenção de apoio a Cuba

Justiça

Trama de golpe: policial federal disse que se preparava para prender Moraes e ‘matar meio mundo’

Violência de gênero

Vigília em Porto Alegre denuncia feminicídios e cobra políticas públicas pela vida das mulheres

CONFLITO CURDO

Grupo curdo PKK anuncia sua dissolução e encerra mais de 40 anos de luta armada contra Turquia

Disputa na esquerda

Bolivianos marcham em apoio a candidatura de Evo para as eleições e são reprimidos pela polícia

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.