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Waltel Branco e as raízes negras da música

Paranaense responsável pelo arranjo de canções conhecidas de filmes e novelas, Waltel morreu no dia 28 de novembro

20.dez.2018 às 12h33
Curitiba (PR)
Ricardo Pazello
Nascido em Paranaguá (PR), Waltel trabalhou ao lado de grandes nomes da música nos Estados Unidas e em Cuba

Nascido em Paranaguá (PR), Waltel trabalhou ao lado de grandes nomes da música nos Estados Unidas e em Cuba - Reprodução

O mundo da música chora a morte de um parananguara que o Paraná insiste em não conhecer. Imagine alguém que influenciou o início da bossa-nova, resgatou a música autêntica de Cuba a pedido de seu governo, tocou com os maiores jazzistas nos Estados Unidos,foi colega de aulas do compositor russo Stravinsky,acompanhou  músico o Andrés Segovia na Espanha e ainda inaugurou a música “soul” no Brasil. Parece impossível? Mas não é, já que Waltel Branco tinha carne, osso e cor.

Waltel nasceu no dia da música, 22 de novembro de 1929, filho de pai músico militar. Ex-seminarista, fugiu com o violão a tiracolo para tocar em Cuba e nos Estados Unidos. Neste país, alcançaria o que qualquer músico de hoje consideraria a glória. No time de feras com quem tocou estão os nomes de Louis Armstrong, Nat King Cole, Dizzy Gillespie e Quincy Jones – fina nata da música estadunidense, toda ela negra por sinal. Também por lá foi colega de Ígor Stravinsky, na Universidade de Illinois, e conheceu Henry Mancini, por intermédio de Jones, para quem arranjou a trilha original de “A pantera cor-de-rosa”.

Para Cuba, foi convocado por Fidel Castro, via o maestro Leo Brouwer, para resgatar a genuinidade afro-americana da música do país, mais ou menos desgastada com a visão americanizada do Buena Vista Social Club. A propósito, Brouwer conhecia muito bem a música brasileira, que o influenciou na direção do Grupo de Experimentação Sonora, a partir do interesse de Alfredo Guevara sobre a arte no Brasil.

Na Espanha, foi aluno e chegou a tocar com Andrés Segovia. Depois, substituiu-o e foi professor de Paco de Lucía. Prova completa de que Waltel transitava entre o erudito e o popular, assim como entre as mais diversas músicas nacionais, com a maior facilidade. O importante era que fosse música boa, como gostava de dizer.

Mas é propriamente no Brasil que Waltel Branco se distingue. Dentre os seus vários feitos, estão os arranjos para o primeiro disco de João Gilberto (com quem dividiu apartamento no Rio de Janeiro), a introdução do “soul” e a criação do jazz-fusion e do sambalanço entre nós (o disco Meu balanço é obrigatório!). Além disso, fez arranjos para os mais importantes nomes da MPB (de Elizeth Cardoso a Tim Maia, de João Bosco a Cazuza), teve Baden Powell acompanhando seu disco solo nos anos 60 e realizou algumas das mais conhecidas trilhas de novelas do país (a mais notória é “A escrava Isaura”).

Do jazz à música cubana, da bossa-nova ao flamenco, do choro ao sambalanço, parecem ser as raízes africanas o que atravessa a obra de Waltel. Para ele, música é ritmo e ritmo é dança. A negritude ecoa na musicalidade desse injustiçado da música mundial (e não só brasileira ou paranaense). As novas gerações devem ter direito a conhecer sua produção, em especial a dedicada ao violão (ainda que fosse maestro – para além de doutor honris causa, título concedido pela UFPR – no sentido pleno do termo, tocando da harpa ao bongô).

É certo que nas raízes africanas de sua música cabiam valsas de Brahms e Chopin (inclusive, gravadas por ele) ou a homenagem aos povos indígenas brasileiros (como na série das “Carijoanas”). Mas se fosse para escolher uma síntese de sua obra, agora que sua morte a 28 de novembro foi revelada, ficaria com a menção afroabrasileira a “Kabiesi Brasil”, alujá, toque de atabaques do candomblé, que invoca Xangô, o orixá da justiça. E o Brasil está precisando, mais do que nunca, de justiça e de Waltel Branco!

Para ficar por dentro:

  • Curta metragem “Descobrindo Waltel” (2005), de Alessandro Gamo. Assista
  • CD quádruplo “101 músicas de Waltel” (2016), produzido por Virgilio Milléo. Confira
  • Tese de doutorado “Waltel Branco: obra e experiência musical” (2018), de Francisco Vital Okabe. Confira
  • Capítulo “Waltel Branco: um erudito de mil faces” do livro “Sambalanço: a bossa que dança – um mosaico” (2017), de Tárik de Souza
  • Livro de partituras “A obra para violão de Waltel Branco” (2008), organizado por Claudio Menandro

*Ricardo Prestes Pazello é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), músico amador e militante da Consulta Popular.

Editado por: Franciele Petry
Tags: radioagência
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