Minas Gerais

Retrospectiva

Por onde a bola rolou em 2018

Seis fatos que marcaram a memória dos torcedores brasileiros

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
2018 teve Mara absoluta, Copa da Rússia, hexa em Minas e muito mais
2018 teve Mara absoluta, Copa da Rússia, hexa em Minas e muito mais - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A maior da história
Um mulherão desses! Seis vezes melhor do mundo, dezenas de títulos e premiações individuais, artilharia isolada da Seleção (feminina e masculina), primeira mulher na calçada da fama no Maracanã. Marta, uma lenda viva. A atleta alagoana é, com folga, a mais habilidosa, vitoriosa e surpreendente jogadora da história do futebol feminino. Em 2018, de volta ao topo das premiações Fifa, a atacante do Orlando Pride deixou para trás Messi e Cristiano em número de troféus. 
Uma Copa em dois continentes
A Copa do Mundo da Rússia foi a 21ª edição da história e a primeira em dois continentes distintos, pois havia cidades-sede nas bandas europeia e asiática do gigantesco território russo. Foi a Copa do bloco comandado por China e Rússia, que disputam hegemonia econômica, cultural e política no cenário internacional. Após sofrerem tentativas de boicote por aliados dos EUA, os anfitriões deram um show de organização, apresentaram sua cultura ao mundo e provaram que o verdadeiro patriotismo e o vínculo entre equipe e torcida podem levar uma seleção fraca, como a russa, a resultados grandiosos. O Brasil e a Alemanha, que entraram favoritos, não conseguiram traduzir a superioridade técnica em bom desempenho. O título foi decidido entre a França do menino Kylian Mbappé, revelação do torneio, e a Croácia do atual melhor do mundo, Luka Modric. Melhor para os franceses, que comemoraram o bicampeonato.
VAR em discussão
O Video Assistant Referee (em português, Árbitro Assistente de Vídeo) deu o que falar em 2018. O objetivo seria fornecer à arbitragem um sistema de apoio ao vivo, permitindo corrigir decisões polêmicas. Com três árbitros e uma sala repleta de monitores, o VAR gerou mais dúvidas que soluções e, por vezes, foi usado seletivamente. E a vídeo-arbitragem não é infalível. Pelo contrário, em alguns jogos decisivos, o sistema falhou. Na finalíssima da Copa do Brasil, primeiro, beneficiou o Corinthians, com pênalti inexistente. Depois, favoreceu o Cruzeiro, ao anular um gol corintiano. Alguns clubes, como o Benfica, já pedem que se abra a “caixa preta do VAR”.
Só deu Palestra
O Hexa veio forte e não foi com a Seleção Canarinho. Por duas vezes consecutivas, o Cruzeiro de Mano Menezes, Fábio, Henrique, Arrascaeta e Thiago Neves vence a Copa do Brasil, o único com seis títulos. Destaque para o goleiro Fábio, que tornou-se o terror dos cobradores de pênaltis, e Dedé, que superou uma grave lesão para voltar a ser o melhor zagueiro do país. No Brasileirão, o Palmeiras de Dracena, Mayke, Diogo Barbosa, Willian e Dudu faturou o decacampeonato, tornando-se o maior campeão nacional do país. Nas duas maiores competições vencidas por brasileiros, só deu Palestra Itália.
Copa
Colonizadores da América 
A Libertadores não é nossa? A Conmebol reduziu o torneio mais tradicional do esporte sul-americano a um megaevento para gringo curtir! A partir de 2019, final única em campo neutro, longe da torcida, com preços dos ingressos nas nuvens. E, como se não bastasse essa esculhambação, a final Boca x River, garantida por ajudas da arbitragem e frouxidão no regulamento, foi levada para o outro lado do Atlântico, em Madrid, a capital dos colonizadores da América espanhola. Bolívar, San Martín e outros libertadores remexem no túmulo. 
Despedida da lenda 
“É um dia difícil, eu recebi muitas mensagens, chorei, ri pra caramba, mas a gente não pode tirar o foco do jogo. Vamos lutar até o fim, como sempre foi”, declarou, emocionado, o ala Falcão, a poucos minutos da final da Liga paulista. O jogo, que marcou sua despedida das quadras, terminou com vitória do Corinthians, sua primeira equipe profissional, contra seu time atual, o Sorocaba. O singular domínio de bola do craque, a eficiência nas jogadas e a imprevisibilidade de seus dribles deixam profundas marcas na forma de se jogar futebol de salão. Na memória, uma trajetória ímpar: cinco vezes melhor do mundo, dois mundiais com a Seleção Brasileira e dezenas de outras conquistas individuais e coletivas. 
 

Edição: Joana Tavares