São Paulo

Doria toma posse e inaugura equipe repleta de ex-integrantes do governo Temer

Governador paulista também confirmou apoio a medidas do governo Bolsonaro, como a reforma da Previdência

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João Doria toma posse do cargo de governador paulista, durante cerimônia na Assembléia Legislativa de São Paulo
João Doria toma posse do cargo de governador paulista, durante cerimônia na Assembléia Legislativa de São Paulo - Governo do Estado de São Paulo

Com uma equipe recheada de ex-integrantes do governo Temer, o governador paulista, João Doria (PSDB), tomou posse na manhã de hoje (1º) com discurso de "renovação" da política. "O recado das urnas foi claro: não há mais espaço para governos dos políticos. É preciso governar com os políticos, para o povo", afirmou, em cerimônia na Assembleia Legislativa. Ele também confirmou apoio a medidas do governo Bolsonaro, como a reforma da Previdência.

Segundo o tucano, a "velha política, das mordomias, do cabide de empregos, da troca de favores, do desperdício do dinheiro público", não é compatível com o "sentimento de mudança" que vem da população, que quer, acrescentou, eficiência e resultados. "O governo deve ser um parceiro do cidadão, um amigo que ajuda milhões de pessoas a irem além, a conquistarem mais, a abrir caminhos e horizontes."

Para Doria, o melhor caminho para criar oportunidades é diminuir o papel do Estado, "reduzindo o governo para cuidar do que é essencial para as pessoas". E reforçou: "Menos governo e mais Estado, menos estatais e menos privilégios, é mais segurança, mais saúde, mais oportunidades". Em seguida, ressaltou o "talento individual" dos brasileiros e dos paulistas, que deve ser estimulado em sua "força empreendedora".

Por isso, acrescentou o novo governador, ele foi "buscar os melhores nomes" para compor o governo. "Jornalistas e políticos têm chamado o nosso time de secretários estaduais de gabinete ministerial, tamanho o mérito e qualificação de cada um que aceitou o convite para colaborar com nosso estado", discursou. Vários nomes vieram da gestão Temer, que encerrou o mandato com níveis recordes de reprovação.

Anunciando-se como governador de "todos os brasileiros de São Paulo, dos que votaram em mim e dos que não votaram", Doria disse que fará um governo "para o povo". E anunciou algumas medidas, como a entrega do primeiro Batalhão de Ações Especiais (Baep) da Polícia Militar no interior, em Presidente Prudente, antes do carnaval. Falou também em implementar o controverso "Corujão da Saúde", além de um programa de desestatização. Garantiu que irá "cuidar da despoluição do rio Pinheiros". 

Segundo Doria, seu salário será doado mensalmente e ele continuará morando na mesma casa. "O Palácio dos Bandeirantes será local de trabalho." E adiantou que visitará mensalmente a Assembleia.

Com divergências internas no PSDB, ele afirmou ser a favor de uma "reestruturação" do partido. "Transformar não significa desrespeitar a história do PSDB, sobretudo a que foi escrita por Montoro, Fernando Henrique, Covas, Serra e Alckmin", declarou, acrescentando que seu governo e a legenda não vão "virar as costas" para o país. 

"Vamos apoiar as iniciativas do presidente Bolsonaro que resultem no progresso do Brasil. Vamos apoiar a reforma da Previdência e o pacto federativo. Nossos parlamentares federais estão engajados na redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e no projeto que põe fim à saidinha das prisões", disse Doria. Ele afirmou ainda São Paulo "vai trabalhar junto com o presidente na atração de investimentos internacionais para o Brasil".

Prometendo "justiça social", Doria não fez menção a seus adversários de campanha. Disse apenas, já na fase final de discurso de quase meia hora, que "a política precisa trocar ideologia por trabalho". 

Edição: Rádio Brasil Atual