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LITERATURA

Moradores da favela de Manguinhos no Rio de Janeiro viram poesia de cordel

Artista Celeste Estrela, Boteco da Tia Lauzinha e Iguinho Imperador, do passinho, são importantes atores culturais

01.fev.2020 às 18h47
Rio de Janeiro (RJ)
Clivia Mesquita
Celeste Estrela é escritora, poetisa, atriz, cantora e integrante da Velha Guarda da Escola de Samba Unidos de Manguinhos

Celeste Estrela é escritora, poetisa, atriz, cantora e integrante da Velha Guarda da Escola de Samba Unidos de Manguinhos - Coletivo Experimentalismo Brabo/ Leo Salo

“Os homens da prefeitura / Escolheram o lugar / Falaram que em Manguinhos / Celeste ia morar / Ela e outras famílias / Hora de recomeçar”. Os versos rimados do cordel narram a trajetória da atriz, cantora e poetisa Celeste Estrela, que saiu do bairro Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro, para a construção da ponte Rio-Niterói, e foi morar em Manguinhos, zona Norte do Rio de Janeiro.

Registrar a vivência de moradores com suporte da poesia popular foi uma iniciativa do "Coletivo Experimentalismo Brabo", que atua há seis anos em Manguinhos. A partir de entrevistas com personagens como a Dona Celeste, o fotógrafo Leo Salo, que integra o coletivo, produziu uma série de folhetos sobre atores culturais marcantes. Eles remontam o passado e a existência de uma forte agitação cultural em Manguinhos que é pouco divulgada. 

“O grande barato é trazer narrativas que mostrem o lado bom de Manguinhos, que aproxime as pessoas do território em vez de afastar”, ressalta o autor dos cordéis e integrante do grupo que realiza intervenções sobre cultura da paz, afeto, solidariedade e cooperativismo.

Na expectativa de reverter o imaginário negativo da favela e valorizar histórias locais, surgiu o projeto literário “Memória de Manguinhos em Cordel”. Além da Estrela de Manguinhos, como é reconhecida Celeste, também “viraram cordel” a Tia Lauzinha, dona do boteco mais aclamado do bairro, e Iguinho Imperador, dançarino e referência internacional da cultura do passinho. 

“Por isso eu sempre digo / Tem que olhar pras favelas / Pois há muita arte e vida / Escondida dentro delas / Gente nobre, de valor / Nos seus becos e vielas”, diz o cordel.

Apesar da localização privilegiada, ao lado da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estigma do bairro que abrange o Complexo de Favelas de Manguinhos não é nada bom. Com cerca de 40 mil habitantes, ficou conhecida entre os cariocas como “Faixa de Gaza”, uma referência à guerra no Oriente Médio por conta dos episódios de violência e tiroteios.

“Nesse sentido, a gente tem histórias de luta, trabalho, garra, superação, e as manifestações artísticas e culturais que a própria Manguinhos não conhece”, conclui Salo, Mestre em Ciências pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (ICICT/Fiocruz).

Memória 

Atriz de televisão, teatro e cinema, cantora e poetisa, Dona Celeste Estrela, como gosta de ser chamada, tem currículo extenso, sendo uma das principais referências de arte e cultura da região. Eram certas suas apresentações no Show do Juvenal aos domingos, famosa atração de calouros em Manguinhos entre as décadas de 1950 e 1960 divulgado pela Rádio Nacional.

Hoje integrante da Velha Guarda, Celeste também foi sambista, passista e frequentadora dos primeiros blocos de carnaval que deram origem à Escola de Samba Unidos de Manguinhos, localizada na Avenida Democráticos. Aonde vai ela carrega uma pasta com seus escritos e responde com alegria o aceno dos moradores que conhece de longa data.


Dona Celeste retornou à Unidos de Manguinhos mas sua maior paixão continua sendo a poesia e o teatro (Foto: Leo Salo/Divulgação)

“Manguinhos das enchentes que me tirava da cama pra dormir em outro lugar. Luz fraca, água carregada, nada disso importava, porque em Manguinhos viemos morar”, declama a escritora no poema sobre as primeiras ocupações. "Os meus sofrimentos todos que passei na vida se transformaram em poesia. Tudo é um motivo pra escrever, eu vivo na caneta", completa a sorridente a artista mineira.

O Boteco da Tia Lauzinha é ponto de encontro de toda Manguinhos. Há 24 anos, quando se aposentou, abriu o espaço com pouco. “Me aposentei pra cuidar da minha neta, abri vendendo bala, sorvete, sacolé, um cigarrinho a varejo, depois já tava com freezer, choppeira, tenho uma churrasqueira ali fora muito bonita”, conta. Agora, com os filhos e netos criados, ela se emociona com a conquista de três bisnetos.

Todo domingo uma feira movimenta ainda mais as atividades do boteco na Rua Santana do Livramento. “Hoje eu deixo tudo temperado antes de ir pra quadra [da escola de samba]”, diz Lauzinha, em pleno sábado à tarde. O evento mais esperado é a “Feijoada do Guerreiro” que acontece há quatro anos em homenagem ao Dia de São Jorge, Ogum nas religiões afro-brasileiras.

Lauzinha e o filho, Ricardo, que trabalha junto com a mãe, contam que foram vendidos mil abadás em 2018. Ela garante repetir o sucesso com comida saborosa, ele, a cerveja gelada, preço acessível e muitos shows para este ano. Durante a semana, o local só não funciona às segundas-feiras. “Tira-gosto e almoço / A comida é bem servida / Um bom papo, uma risada / Coisas boas dessa vida / No boteco chefiado / Por pessoa tão querida”, confirma o cordel. 

Com apoio da Awesome Foundation, Salo imprimiu uma leva dos folhetos e distribui gratuitamente em atividades em parceiria com o Museu da Vida, da Casa Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Agora, para continuar levando a memória de Manguinhos para escolas e espaços da região, o grupo busca financiamento.

A Boteco da Tia Lauzinha é responsável pela tradicional "Feijoada do Guerreiro", no dia 23 de abril (Foto: Leo Salo/Divulgação)

Outro personagem com atuação em Manguinhos é o dançarino profissional Iguinho Imperador. O jovem, de 26 anos, iniciou a carreira participando do grupo de funk “Muleque Piranha”, onde aprendeu e se aprofundou na cultura do passinho. Em 2012, ele participou do encerramento das Paraolimpíadas de Londres que passou o bastão para o Rio de Janeiro sediar as Olimpíadas de 2016.

Segundo Igor, a visibilidade ajudou a difundir o interesse pelo passinho no mundo. “Através do passinho, o jovem vai conhecer diversas outras culturas e ali pode se aprofundar, fazer outras coisas, abrir a mente, entender que a arte pode ser uma profissão”, disse. 

Na “Companhia Na batalha”, Iguinho teve oportunidade de se aproximar do teatro e trabalhar com grandes coreógrafos de dança contemporânea como Lavínia Bizzotto e Rodrigo Vieira. “Foi um dos primeiros contatos do passinho com esse mundo erudito. Também participei do primeiro espetáculo de passinho, um festival no Lincoln Center, em Nova Iorque”.

Um treino aberto acontece toda quarta-feira, das 19h às 22h, no PAC Manguinhos, na rampa de skate. O passinho foi reconhecido como patrimônio cultural do Rio em 2018. "Eu tenho muita felicidade de dizer que eu tô esses dez anos sobrevivendo e resistindo dentro dessa cultura", finaliza.

Editado por: Eduardo Miranda
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