NAÇÕES UNIDAS

Secretário geral da ONU afirma que manterá diálogo com governo Maduro

Em resposta à carta de Juan Guaidó, Guterres afirmou que deixar de reconhecer governos não é papel da organização

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Posicionamento foi uma resposta a uma carta em que Juan Guaidó pede que as Nações Unidas aumentem a ajuda humanitária ao país
Posicionamento foi uma resposta a uma carta em que Juan Guaidó pede que as Nações Unidas aumentem a ajuda humanitária ao país - Wikimedia Commons

O secretário-geral da Organização da Nações Unidas (ONU), António Guterres, confirmou que são os Estados-membros da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança que reconhecem o presidente Nicolás Maduro como presidente constitucional e legítimo da Venezuela e reafirmou que manterá o diálogo e a aumentará a ajuda humanitária ao país.

O posicionamento foi uma resposta a uma carta enviada pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, pedindo às Nações Unidas que aumentem a ajuda humanitária ao país.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira (31), por meio do porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric, em entrevista concedida a jornalistas na sede da organização em Nova Iorque.

De acordo com o porta-voz, a resposta dada por Guterres é que "as Nações Unidas estão prontas para aumentar suas atividades humanitárias e de desenvolvimento na Venezuela", mas que para isso "precisa do consentimento e da cooperação do governo”. 

O chefe da organização ainda destacou que o reconhecimento dos governos não é uma função da Secretaria-Geral da ONU, mas dos Estados-membros e que respeita "as decisões" da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança.

Além disso, ele reiterou sua disponibilidade para ajudar a encontrar uma solução política para a crise existente no país.

Defesa dos interesses

Em entrevista concedida à agência Reuters, o líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou que concretização de sua tentativa de golpe de Estado será benéfica para o país, em especial para Rússia e China, seus principais parceiros econômicos.

De acordo com Guaidó, Nicolás Maduro "não protege os interesses da Venezuela" nem o investimento estrangeiro, sendo, assim, um péssimo sócio. 

Além disso, Juan Guaidó afirmou já ter tentado contato com Rússia e China. "O que mais interessa para Rússia e China é a estabilidade do país e a mudança de governo", afirmou. O líder da oposição venezuelana prometeu que, em caso de vitória, será "responsável" com seus credores e detentores de bônus.

Controvérsia

Apesar das afirmações de maduro a respeito das duas potências econômicas parceiras da Venezuela, China e Rússia não reconhecem a tentativa de golpe perpetrada por Juan Guaidó com apoio dos EUA.

Na última semana a China repudiou as sanções econômicas anunciadas pelo governo de Donald Trump, que bloqueou US$ 7 bilhões em ativos da petrolífera venezuelana estatal (PDVSA). Pequim reconheceu Maduro como o legítimo chefe de Estado, apesar de toda a pressão colocada sobre ele. 

Por sua vez, a Rússia, que já havia acusado o governo dos Estados Unidos de querer "orquestrar um golpe de Estado" na Venezuela no último fim de semana, nesta quinta-feira (31) acusou o ocidente por apoiar a proposta destrutiva de tentativa de golpe do líder da oposição, Juan Guaidó.

Edição: Opera Mundi