Paraná

Solidariedade

Em Curitiba, ato por Brumadinho destaca falta de responsabilização da Vale

Organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens também destacou falta de punição pelo crime de Mariana

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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O ato de solidariedade às vítimas de Brumadinho teve a presença de representantes de diversas organizações sociais
O ato de solidariedade às vítimas de Brumadinho teve a presença de representantes de diversas organizações sociais - Joka Madruga

Emoção e crítica direta a empresa Vale marcaram o ato em solidariedade às vítimas de Brumadinho, realizado em Curitiba na noite de terça-feira (05).  A atividade que aconteceu na sede da APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná relembrou as mais de 130 pessoas mortas e outras 230 desaparecidas após o rompimento da Barragem do Feijão, em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro.

Integrante do MAB, o Movimento dos Atingidos por Barragens, Daiane Machado destacou que é preciso discutir a responsabilidade da empresa Vale nesse caso. Um laudo feito na barragem de Brumadinho em 2018 já apontava que haviam problemas no sistema de drenagem da estrutura.“É um momento de muita dor para nós atingidos por Barragens, mas também um momento necessário para a gente colocar na pauta toda essa questão da privatização, da apropriação dos nossos recursos”, aponta.

A falta de responsabilização das empresas pelos crimes que cometem foi fortemente criticada pelos participantes do ato. A Vale é uma das empresas que controla a Samarco, mineradora responsável pela Barragem do Fundão, que rompeu em 2015 e ocasionou a tragédia de Mariana. Neste dia 5 janeiro, completa-se 39 meses do caso: “Até hoje nenhuma casa foi construída, nenhuma família foi reassentada, e ninguém ainda foi punido”, lembra a integrante do MAB.

O Movimento dos Atingidos por Barragens também destaca que as violações de direitos provadas pelas empresas se acentua no caso de iniciativas privadas. A Vale SA é a antiga Vale do Rio Doce, empresa anteriormente estatal que foi privatizada em 1997.

Dados divulgados pelo Movimento também apontam que no Brasil existem cerca de 24 mil barragens, de água e de minério. Dessas, somente 4.500 são submetidas a um plano de segurança. De acordo com o MAB, uma das estratégias de empresas como a Vale é controlar informações, sem divulgar dados relacionas às licenças, planos de segurança ou laudos técnicos.

 

Edição: Laís Melo