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TRANSPORTE

Mudança nos itinerários dos ônibus no Rio de Janeiro fere legislação municipal

A lei 6.208/17 define que é necessária a divulgação das alterações de ônibus e vans com antecedência de 45 dias

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Apesar de todas as mudanças anunciadas, a Prefeitura do Rio alega que não haverá perdas para os passageiros
Apesar de todas as mudanças anunciadas, a Prefeitura do Rio alega que não haverá perdas para os passageiros - Fernando Frazão/Agência Brasil

Na última quarta-feira (6) a prefeitura do município do Rio de Janeiro anunciou a reestruturação do sistema de transportes no Centro da cidade. As primeiras mudanças serão os deslocamentos das linhas de ônibus das zonas Oeste e Norte para a Rodoviária Novo Rio e o entorno da Central do Brasil após a inauguração da Linha 3 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). 

A prefeitura alega que não haverá perdas para os passageiros e destaca que o usuário poderá pegar dois ônibus e o VLT, no período de duas horas e meia pagando uma tarifa. Além disso, o tempo de deslocamento dos usuários será reduzido em 20% na região do Centro da cidade.

No entanto, o doutor em Engenharia do Transporte e assessor parlamentar do vereador Renato Cinco (Psol) Eduardo Andrade, questiona os benefícios apresentados pela prefeitura e, principalmente, o modelo de integração adotado pelo governo. Segundo ele, este é o impasse que causa, inclusive, a subutilização do modal. 

“Para aumentar a utilização do VLT o importante seria integrar as tarifas dele com as do metrô e, principalmente, as do trem. A gente percebe que as pessoas que usam o trem saem da Central do Brasil, e que é distante de alguns pontos de interesse do centro e o VLT seria um veículo adequado para esta integração. Contudo, hoje o trem custa R$ 4,60 e a passagem de trem mais VLT é cobrada dentro do Bilhete Único, no valor de R$8,55. Essa diferença de preço inviabiliza o uso do VLT”, explica.

Andrade explica ainda que as mudanças apresentadas pela prefeitura desrespeitaram a Lei 6.208/17 que dispõe sobre a publicização prévia das alterações de linhas de ônibus e vans. Em seu primeiro artigo a lei destaca que quando as mudanças forem superiores a um quilômetro de extensão, tais modificações deverão ser apresentadas à população da cidade do Rio de Janeiro com antecedência mínima de 45 dias.

“Pelo desrespeito dessa lei faremos uma representação no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) para cancelar essas mudanças enquanto tais procedimentos não sejam realizados”, ressalta Eduardo, em nome do mandato do vereador Renato Cinco. 

A passagem do VLT está custando R$3,80. O modal faz parte do Bilhete Único Intermunicipal que permite integração tarifária com trens, barcas e ônibus intermunicipais quando a soma das tarifas for igual ou superior a R$ 8,55. A Linha 3 do VLT fará o trajeto Central – Santos Dumont; Santos Dumont – Central. Até o presente momento, as mudanças começam a partir da semana que vem.

Edição: Mariana Pitasse