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EDUCAÇÃO

Em Petrópolis (RJ), escola adia início das aulas por falta de manutenção

O Liceu Municipal Cordolino Ambrósio possui 65 anos de existência e é uma das escolas mais tradicionais do município

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Visita da Comissão Municipal de Educação de Petrópolis constatou precariedade das instalações do Liceu Municipal Cordolino Ambrósio
Visita da Comissão Municipal de Educação de Petrópolis constatou precariedade das instalações do Liceu Municipal Cordolino Ambrósio - (Foto: redes sociais da vereadora Gilda Beatriz)

O período letivo começou com uma semana de atraso no Liceu Municipal Cordolino Ambrósio, no município de Petrópolis, na Região Serrana, do estado do Rio de Janeiro, devido à má conservação do colégio. A unidade, que funciona nos três turnos e atende 1.800 alunos do ensino fundamental II até o ensino médio, retomou as atividades escolares no último dia 11 de fevereiro.

A situação encontrada pela Comissão Municipal de Educação e por pais que visitaram a escola na primeira semana de fevereiro revelou a precariedade das instalações. Fios elétricos expostos, vidros quebrados, paredes descascando e sujeira fizeram com que a prefeitura suspendesse o funcionamento das aulas. A vereadora Gilda Beatriz (MDB), que preside a Comissão, conta que encaminhou um ofício ao prefeito Bernardo Rossi (MDB) e uma denúncia ao Ministério Público para averiguar o caso.

“A manutenção preventiva é a única maneira de se conservar um prédio como o do Liceu Municipal, nós temos uma verba especifica que é o PGDREM (Programa de Gestão Descentralizada de Recursos da Educação Municipal) que seria para a manutenção, mas não está sendo aplicada para isso. Inclusive eu devo abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar para onde está indo este recurso que deveria ser para a manutenção dos colégios”, explica Beatriz que realiza a vistoria em outras unidades escolares da prefeitura. 

A escola possui 65 anos de existência e é uma das mais tradicionais do município de Petrópolis. De acordo com a prefeitura, as obras emergenciais foram realizadas na unidade. As salas foram pintadas, as janelas consertadas e as demais dependências da instituição como sala dos professores, refeitório e direção passaram por uma detalhada limpeza. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a revitalização completa da unidade está em fase de licitação e uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Educação para apurar o motivo da escola não estar em condições adequadas no dia 4 de fevereiro, quando as aulas seriam iniciadas.

Painel da Djanira

Outro problema que foi denunciado pelos petropolitanos nas redes sociais com relação ao Liceu Municipal Cordolino Ambrósio foi a restauração do painel da pintora Djanira. A obra modernista de 12,75 metros de comprimento e 3,50 de altura retrata um pouco da história do município e foi doada pela artista para a unidade escolar em 1953. Em outubro de 2017 o painel foi retirado do salão nobre do colégio para um processo de restauração que duraria um ano, contudo, um ano e quatro meses depois nada foi feito. 

Foto: Divulgação/Iphan

Foto: Divulgação/Iphan

A tela é tombada desde 1982 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O órgão acompanhou a retirada da obra juntamente com técnicos do Museu Histórico Nacional. O painel foi levado para o Centro de Cultura Raul de Leoni, no centro município, onde seria iniciada a restauração aberta ao público. 

De acordo com o Iphan, responsável por fiscalizar o processo, o Ministério Público fez um Termo de Ajustamento de Conduta para a prefeitura se responsabilizar pela restauração do painel. O órgão afirmou que não sabe o motivo da restauração não ter sido iniciada.

Uma das preocupações dos petropolitanos com relação a obra é a condição de armazenamento. Há o receio de que a tela, após mais de um ano, esteja se deteriorando. O Iphan alegou que todos os cuidados foram tomados para que o painel fosse guardado em local ideal. A vereadora Gilda Beatriz informou que após ser questionada pelo Brasil de Fato sobre a situação de armazenamento da obra irá pessoalmente averiguar as instalações. 

“Sobre as condições que o painel está guardado soubemos que o Iphan orientou a técnica, mas eu estou muito preocupada, e depois da sua pergunta irei lá pessoalmente averiguar porque há mais de um ano esse painel está guardado ali, então eu não sei realmente como que está a condição dele”, ressaltou.

Por meio de nota a prefeitura disse que o Instituto Municipal de Cultura e Esportes (IMCE) já finalizou a cotação para a restauração do painel, que teve o Termo de Referência elaborado com o acompanhamento do Iphan. A assessoria destacou que a prefeitura vai abrir licitação para a contratação da empresa que ficará responsável pelo serviço.

Edição: Vivian Virissimo