8 DE MARÇO

Contra a reforma da previdência somos resistência

Painel abordou impacto da reforma na vida das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade no centro de Porto Alegre

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Mulheres comandaram painel
Mulheres comandaram painel - Foto: Fabiana Reinholz

Centenas de mulheres e homens estiveram atentos ao segundo painel do ato do Dia Internacional da Mulher realizado no centro de Porto Alegre (RS). O tema do debate foi a Reforma da Previdência, sob a perspectiva do impacto na vida das mulheres do campo e da cidade. Uma das principais pautas do dia, a discussão teve como objetivo alertar os prejuízos da reforma às mulheres, especialmente às mais pobres.

Antes de iniciar essa primeira roda da tarde, foi servido um “banquetaço” para as pessoas presentes ao local.

A mesa foi composta pelas Deputadas Federais, Maria do Rosário (PT) e Fernanda Melchiona (PSOL), Abigail Pereira (PCdoB), Bernadete Menezes, Coordenadora Geral da Assufrgs.

“A reforma da previdência significa a retirada do pão da  mesa, retirar sonhos e projetos, de jovens, adultos, idosos, ela significa a miséria dos brasileiros e principalmente para as brasileiras, ela  é perversa  para todos, mas ela é especialmente perversa e nos espezinha e se traduz em crueldade quando nós somos mulheres somos trabalhadoras do campo ou da cidade”, defende a Deputada Federal Maria do Rosário (PT).

A deputada lembrou também que não há déficit. De acordo com ela o governo quer entregar a vida das pessoas para a previdência privada e para os bancos.

Abigail destacou que além a reforma da previdência, o governo apresenta a Medida Provisória 873 que prevê a liquidação sindicatos. “Isso tudo é pensado, organizado, isso se chama fascismo, quando ataca os direitos, quebra a espinha dorsal das instituições que nos representam. É para isso que estamos aqui. Não é por pouco que o 8 tem como carro chefe a luta em defesa de uma previdência pública”.

Temos que olhar o que está no texto da reforma da previdência e ajudar a população a entender o que está em jogo, avalia Abigail.

Reforma ignora a jornada duplo-tripla das mulheres

Na avaliação da deputada Fernanda Melchiona, a reforma reforça as desigualdades regionais de gênero, e que vai gerar uma sobrecarga ainda maior de trabalho para as mulheres que também sofrem com a dupla, tripla jornada de trabalho. “Se a gente levar em consideração as trabalhadoras rurais e as professoras que são muito atingidas pela reforma, a  gente vê como essa reforma do Bolsonaro na verdade é uma reforma para os bancos e contra o povo.  É preciso enfrenta-las nas ruas, na mobilização, e alterando essa correlação de forças  para derrotar esse plano nefasto do Bolsonaro e dos mercados”

Para Bernadete, a reforma ataca o conjunto da classe, mas fundamentalmente as mulheres. “Eles querem usar a força de trabalho das mulheres para baratear o trabalho, e uma maneira para baratear esse custo de trabalho é aumentar a produtividade e a retirada de direitos. Para as mulheres é fazer a trabalhar mais tempo. A do campo é um escândalo, elas começam desde cedo, além tem jornada dupla,tripla /(cuidado da família é na mão da mulher).Para grande maioria das mulheres a reforma da previdência já foi feita. Temos que lutar, não só resistir, mas apresentar uma saída para esse país. Não será um bando de homens de governo de direita que vão dar a saída para o Brasil. Mas serão as terceirizadas, as jovens, as guerreiras do campo e da cidade ”

Edição: Marcelo Ferreira